Flamengo promete Bap fora do futebol e clube mais aberto após mudanças radicais
Com a figura de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, pouco presente no futebol, o clube passou pela reformulação no departamento médico e na figura do homem forte do futebo
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Esporte FLAMENGO-BAP
(UOL/FOLHAPRESS) - O Flamengo mudou praticamente tudo no dia a dia desde a troca na presidência. Com a figura de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, pouco presente no futebol, o clube passou pela reformulação no departamento médico e na figura do homem forte do futebol. Agora, promete ser mais aberto, especialmente à imprensa, ao mesmo tempo que vai se esforçar para manter o sigilo e evitar vazamentos de informações sensíveis.
SEM O PRESIDENTE
Bap não será uma figura presente no futebol. O presidente não participou de nenhuma das entrevistas coletivas até o momento e deve seguir desta maneira, inclusive em apresentações de reforços. Landim sempre aparecia para fotos com reforços.
O único que terá contato com Bap é José Boto. Os outros integrantes do futebol se reportam ao português. Na primeira entrevista de 2025, ele apresentou o novo chefe do departamento médico, Fernando Sassaki, e Alfredo Almeida, que será seu assistente. Mas nenhum dos dois falou uma palavra.
O novo presidente não esteve no CT na apresentação dos atletas. Ele foi ao Ninho no primeiro dia de Boto, por exemplo, mas não participou da chegada dos jogadores.
Na antiga gestão, os dirigentes eram figuras carimbadas nas apresentações de novos nomes. Apenas Marcos Braz e Bruno Spindel davam entrevistas, mas sentavam-se à mesa mais dois ou três dirigentes, como Landim e o antigo CEO Reinaldo Belotti
TRATAMENTO COM A IMPRENSA
A gestão de Landim ficou marcada por abrir muito pouco o Ninho do Urubu para a imprensa. Especialmente após a pandemia, as idas eram na maior parte do tempo para entrevistas coletivas de apresentações de jogadores. As exclusivas se tornaram mais escassas e a divulgação de informações como horários de treinos não aconteciam. Agora, o clube promete mudar.
A pré-temporada será o primeiro teste. O Flamengo terá treinos abertos e entrevistas de jogadores ao longo do período que ficará nos Estados Unidos. Abrir as atividades é também uma promessa para o restante do ano no Ninho.
Filipe Luís, porém, não é um treinador que costuma gostar de abrir as atividades. No ano passado, ele manifestou à direção que não queria treinos abertos na pré-temporada. A nova gestão tenta achar um equilíbrio.
Na primeira entrevista coletiva de 2025, algumas mudanças foram sentidas. Uma delas foi a possibilidade de enxergar o campo - ainda vazio - da sala de imprensa. Antes, uma persiana tampava a visão. Entretanto, José Boto já chegou ao CT pedindo vidros foscos em algumas áreas e querendo o máximo de privacidade possível para os treinamentos.
SEM VAZAMENTOS
Uma das grandes preocupações de Boto são os vazamentos de informações. O português mandou recados claros na coletiva sobre a maneira como vai trabalhar: nem tente mandar mensagens, pois ele não irá responder.
Apesar de um CT um pouco mais aberto, isso não se estende a pessoas fora do futebol. Boto acabou com as visitas de convidados e outras figuras que não precisem estar dentro do Ninho no dia a dia. Além disso, não quer mais a presença dessas pessoas nas viagens e no hotel do time.
As mudanças ainda vão balançar o dia a dia. Há um sentimento de insegurança dentro do clube por conta das mudanças recentes. Foram mais de 40 demissões só no departamento médico, o que não pegou bem com os jogadores, que já estavam habituados aos profissionais. A falta de uma nutricionista de performance, ou seja, a que viaja com o time e controla a alimentação dos atletas, também foi sentida.
Os atritos dos modelos de trabalho também já aconteceram. Boto parece ter ideias mais próximas às de Filipe Luís, com quem conversa com bastante frequência. No entanto, José Luiz Runco não vai pelo mesmo caminho. O episódio do futemesa foi um dos atritos. Em entrevista, o diretor de futebol se esquivou e se restringiu a dizer que Runco apenas explicou a ele algumas mudanças.
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