Não ter caso de violência nos Jogos é utopia, diz diretor da Rio-16
Antes do início dos Jogos, o comitê afirmou diversas vezes que o Rio é o lugar mais seguro do mundo para estar neste momento
© REUTERS/Kevin Coombs
Esporte Organização
Depois de mais uma ocorrência de violência durante os Jogos, o diretor de segurança do Comitê Rio-2016, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que seria uma utopia não ter registros desse tipo.
O último incidente foi com um ônibus oficial, que fazia o caminho de Deodoro, na zona norte do Rio, para o Parque Olímpico da Barra, na zona oeste. Segundo peritos e policiais, o veículo foi atingido por pedras.
"Em linhas gerais, lógico que é utópica a busca de não ter nenhum incidente. Isso é utopia. Nós buscamos isso, mas é natural de uma grande metrópole que nós tenhamos algum problema, estando ou não em um grande evento", afirmou Corrêa.
Antes do início dos Jogos, o comitê afirmou diversas vezes que o Rio é o lugar mais seguro do mundo para estar neste momento, por causa do tamanho da operação de segurança e a quantidade de militares espalhados pela cidade.
Mario Andrada, diretor de comunicação do órgão, foi perguntado sobre o assunto e disse não ter se arrependido das declarações.
"Eu não me arrependo. Nossa missão é essa, de fazer a cidade ser a mais segura do mundo, durante os Jogos. Se a gente não colocar essa missão, não podemos tentar fazer ela acontecer", resumiu.
Apesar de admitir que é impossível não ter problemas, o diretor de segurança defendeu o plano feito para a Olimpíada e disse que os índices de criminalidade caíram consideravelmente.
"Mas vamos mostrar com dados nos próximos dias. Nós já temos sinais de queda nos indicadores de violência urbana, daqueles controlados pelo governo e também por órgãos independentes. Os números estão caindo pela ostensividade de policiamento. Qualquer acontecimento envolvendo pessoas ligadas aos Jogos tem uma repercussão maior", afirmou.
"Isso causa uma sensação de insegurança, mas o público tem dado uma nota significativa para a sensação de segurança. Temos planos bons, apesar de problemas de implementação. A empresa que faria a operação de Mag & Bag [de vistoria no acesso para as instalações esportivas] não teve condições e a gente teve que fazer o plano B. Mas todo problema pontual acaba repercutindo muito no nosso meio", finalizou.