Paraplégica por causa de espancamento, atleta vai para 3ª Paralimpíada
O resultado da violência: traumatismo craniano, vértebras C-3 e C-4 da coluna gravemente lesionadas, perda de memória e movimento
© Divulgação/STDS
Esporte Volta por cima
Aos 14 anos, Andreia Farias foi espancada por uma tia. O resultado da violência: traumatismo craniano, vértebras C-3 e C-4 da coluna gravemente lesionadas, perda de memória e movimento. A atleta Andreia Farias ficou paraplégica. Depois de três anos e oito meses depois, os braços voltaram a reagir no que ela chamou de milagre e, então, fez história e deu a volta por cima: vai participar terceira Paralimpíada da vida, no Rio de Janeiro, onde almeja conquistar a medalha inédita para a seleção brasileira de basquete feminina na cadeira de rodas.
"Eu tive uma lesão na coluna e perdi parte da memória por conta do traumatismo craniano. A sequela foi esquecer todo o meu passado. Eu passei a viver novamente quando conheci o basquete ", explica a paraense, que treina no Centro de Profissionalização Inclusiva Para Pessoa com Deficiência (CEPID) e recebe apoio logístico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), nas viagens e competições.
Com sequelas do espancamento, Andreia procurou uma associação voltada para pessoas com deficiência, há nove anos. A vida no basquete começou por acaso, quando ouviu a conversa de duas meninas sobre o assunto, segundo informa o G1. Basquete era algo visto somente na TV, mas a atleta confessa que já tinha vontade de praticar. A agressora, tia da paraense, seguiu impune pois a única testemunha era sua própria mãe que não teve coragem de depor contra a filha.
Formada em Biologia, Andreia traz uma trajetória vitoriosa e um olhar novo sobre o mundo. O basquete em cadeira de rodas a levou, por exemplo, às Paralimpíadas de Pequim, em 2008, e Londres, em 2012. Em 2013, teve uma pneumonia e um derrame pleural que a deixou fora das quadras por um ano. Mas se restabeleceu e conheceu o "Guerreira Sobre Rodas", de Fortaleza, no Ceará, onde passou a atuar. Andreia chegou ao Ceará em 2015 a convite da Associação Desportiva dos Deficientes do Estado do Ceará (Addece).
Agora, o próximo passo: competir em casa, ao lado da amiga Paola Kloker, paulista ligada à Associação Desportiva dos Deficientes do Estado do Ceará (Addece).