‘Delicado correr contra homem’, diz Terezinha após ser desclassificada
Atleta brasileira terminou em quarto lugar nos 100m T1 e falou em “injustiça”
© Getty Images / Alezandre Loureiro
Esporte Atletismo
A noite de sexta-feira (9) teve um gosto amargo para Terezinha Guilhermina, a cega mais rápida do mundo e dona de seis medalhas paralímpicas. A brasileira terminou a prova de 100m T11 na quarta colocação e ainda foi desclassificada.
A britânica Libby Clegg foi a vencedora, como destacou o Globoesporte.com. As chinesas Guohua Zhou e Cuiqing Liu completaram o pódio. Mas Libby por pouco fica fora da disputa. Antes, nas eliminatórias, ela chegou ser desclassificada sob alegação de ter sido puxada pelo guia. A atleta entrou com recurso, que foi aceito.
“Eu acho que quem assistiu a prova, tem imagens. Acho que dá para falar melhor que eu sobre esse assunto. É uma situação delicada ter que competir contra homens. Não é uma situação justa. Em outras competições, fora do Brasil, não foi assim. A gente teve situações que teve atleta desclassificada porque o guia entrou na frente, puxou. Infelizmente, aqui no Brasil, as regras são diferentes. Nessas Paralimpíadas mudaram as regras na última hora e eu não sabia. Se eu soubesse que teria que correr contra homens teria me preparado de um jeito diferente”, desabafou Terezinha.
A brasileira ficou revoltada após a prova e teve que ser acalmada pelo guia que acompanhou. Terezinha, no entanto, foi ironicamente desclassificada pelo mesmo motivo de sua reclamação: ela foi puxada pelo guia, Rafael Lazarini.
“O guia está comigo do meu lado. Não tem como passar da minha frente. Não sei correr puxada. Eu não preciso, eu treino como atleta, sou atleta. Diante dessas situações todas, me considero como sendo minha principal adversária ainda.Com marcas que fiz na eliminatória, seria campeã nas últimas edições na Paralimpíada”, finalizou.