Presidente do COI, Bach não virá ao encerramento da Paraolimpíada
Bach teria trocado e-mails e conversado com o irlandês Pat Hickey, presidente do comitê olímpico de seu país, que é suspeito de ser um dos articuladores da comercialização ilegal de tíquetes e foi preso na cidade em agosto
© Kai Pfaffenbach/Reuters
Esporte Ausência
O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou à Folha de S.Paulo que seu presidente, o alemão Thomas Bach, não virá ao Brasil para a cerimônia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos do Rio.
A festa no Maracanã será realizada neste domingo (18), a partir das 20h. Bach já havia sido ausência na cerimônia de abertura no evento, no último dia 7.
Desde 1984 era praxe que o mandatário do COI marcasse presença na abertura paraolímpica. Os Jogos Paraolímpicos são realizados pelo Comitê Paralímpico Internacional.
Oficialmente, o europeu dera como alegação para a ausência o funeral do ex-presidente da Alemanha Ocidental Walter Scheel.
Porém, o nome de Bach está envolvido em uma investigação da polícia do Rio e do Ministério Público Federal ligada a venda ilegal de ingressos.
Bach teria trocado e-mails e conversado com o irlandês Pat Hickey, presidente do comitê olímpico de seu país, que é suspeito de ser um dos articuladores da comercialização ilegal de tíquetes e foi preso na cidade em agosto -depois, foi liberado em razão de sua idade (71 anos), mas teve o passaporte retido e precisou prestar depoimento.
O irlandês teria obtido 296 ingressos adicionais em relação aos que já dispunha. A polícia, que obteve a informação por meio de e-mails interceptados, investiga a procedência e a destinação dos bilhetes.
Hickey poderia pegar de oito a dez anos de prisão, caso condenado. As autoridades brasileiras gostaria de ouvir Bach como testemunha do caso.
"Queremos ouvir Thomas Bach como testemunha, pois seu nome aparece citado em dois e-mails e queremos esclarecer algumas dúvidas", disse Ronaldo Oliveira, oficial da Polícia Civil do Rio, em coletiva de imprensa na quinta-feira (8).
O COI disse que não há viagens previstas de Bach ao Brasil nos próximos tempos. À Folha de S.Paulo, o comitê disse que seu presidente tem "compromissos de longa data que não o permitem ir aos Jogos Paraolímpicos".
Ainda assim, as autoridades nacionais podem intimar o alemão a dar depoimento, mesmo que no exterior. Para colhê-lo, no entanto, seria necessário um arranjo internacional. Com informações da Folhapress