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Trans brasileira no vôlei italiano pode virar caso de Justiça

Time ameaça abrir "ação de classe" contra Tifanny Abreu

Trans brasileira no vôlei italiano pode virar caso de Justiça
Notícias ao Minuto Brasil

14:18 - 22/02/17 por Notícias Ao Minuto

Esporte Género

A presença de uma jogadora brasileira transexual na segunda divisão do vôlei feminino na Itália pode virar caso de Justiça.

Batizada como Rodrigo, Tifanny Abreu tem 32 anos, 1,94m de altura e atua como oposta. Segundo o jornal "Corriere della Sera", a atleta fez a cirurgia para mudança de sexo em 2014, mas continuou jogando por clubes masculinos até o início de 2017, quando se tornou a primeira transexual brasileira a receber autorização da Federação Internacional de Vôlei (Fivb) para se juntar às mulheres.

No último fim de semana, fez sua estreia pelo Golem Software Palmi e marcou 28 pontos na vitória por 3 sets a 1 sobre o Delta Informatica Trentino. Ao fim da partida, foi eleita a melhor em quadra e bastante aplaudida pelo público.

"O que aconteceria se fôssemos ao Brasil, pegássemos três trans e as levássemos para jogar conosco o campeonato feminino? Venceríamos o campeonato. Mas isso não está certo", declarou o diretor-geral do time Millenium Brescia, Emanuele Catania, que garantiu ter o "máximo respeito" por Tifanny.

"As regras têm de ser precisas. As outras equipes não são tuteladas: foi jogada na briga uma profissional que prejudica o equilíbrio da temporada em curso. As regras do jogo foram mudadas, e isso não está certo", acrescentou.

No próximo dia 5 de março, o Millenium visitará o Palmi, em um duelo que promete ser decisivo na disputa por uma vaga nos playoffs. Apesar de prometer que não tentará anular nos tribunais uma eventual derrota, Catania diz que não descarta a possibilidade de participar de uma "ação de classe" ao lado de outros clubes contra a brasileira.

"Há vídeos que mostram como Tifanny carrega o dobro do peso que a média. Seu DNA continua masculino", afirmou o cartola, salientando que a transexual leva uma "evidente" vantagem física em relação às adversárias.

Por meio de um comunicado oficial, o Golem Software Palmi rebateu as declarações de Catania e lembrou que "não é preciso ser endocrinologista" para saber que a diminuição da concentração de testosterona e o aumento dos hormônios femininos - resultado do tratamento hormonal feito pela atleta - provoca redução da massa e da potência muscular.

"A pergunta é: Tifanny é uma jogadora fora de sua categoria? A resposta é sim, porque ela seria mais adequada à primeira divisão. Para a legislação vigente, e em primeiro lugar para ela, trata-se de uma mulher, e só entre as mulheres ela pode jogar", diz a nota. (ANSA)

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