Seleção feminina dos EUA vai receber mais, mas sem igualar masculino
Foi concretizado um acordo trabalhista que pode fazer atletas com mais convocações dobrarem os rendimentos
© Mariana Bazo/Reuters
Esporte Desigualdade
As jogadoras da seleção americana de futebol feminina de futebol encerraram um impasse com a Federação do país que se arrastava por mais de um ano. Foi concretizado um acordo trabalhista que pode fazer atletas com mais convocações dobrarem os rendimentos, de US$ 200 mil para US$ 300 mil por ano (R$ 618 mil a R$ 920 mil). Elas podem receber ainda mais em anos de Copa do Mundo (2019) e Olimpíadas (2020).
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O documento assinado, que terá validade até 2021, também inclui melhorias nas condições de trabalho, viagem e acomodação. O sindicato das atletas também assumiu o controle do licenciamento de produtos e direitos de marketing, adicionando mais uma fonte de receita para as jogadoras.
Apesar do aumento de rendimentos, o acerto não garante igualdade de pagamento com o time masculino, que conseguiu reformar o acordo coletivo no ano passado. A visão das dirigentes do sindicato das jogadoras é que se trata de um primeiro passo para que a paridade seja alcançada no futuro.
"Nós tentamos mudar completamente a metodologia de como são definidos os valores e fizemos progressos. Isso vai mudar a equação para o futuro", afirma Becca Roux, diretora executiva do sindicato.
A igualdade no pagamento com o time masculino foi uma das bandeiras na negociação e a Federação chegou a entrar com um processo contra o sindicato para garantir que o antigo acordo continuasse válido, o que as jogadoras não aceitavam.
Desde o título da Copa do Mundo de 2015, as principais atletas americanas da modalidade iniciaram campanha por tratamento igual em relação aos homens e melhoria nas condições de trabalho e viagens. O descontentamento recebeu grande cobertura da mídia esportiva nos Estados Unidos e deixou a Federação em situação difícil, especialmente porque algumas jogadoras fizeram comentários denegrindo os resultados do time masculino.
O acordo foi possível quando o sindicato das atletas adotou um tom mais conciliatório e voltou à mesa de negociações. O documento produzido com o acordo inclui comprometimento da Federação em apoiar e financiar as ligas femininas do país, aumentando o orçamento para os campeonatos e melhorando o pagamento para técnicas. Com informações da Folhapress.