Pancadaria: Corinthians monta dossiê para levar à Conmebol
Confusão ainda deixou uma funcionária em estado de choque; os torcedores chilenos seguem presos
© Nacho Doce / Reuters
Esporte Chile
A confusão generalizada entre torcedores da Universidad de Chile na Arena Corinthians deixou uma funcionária do clube, presente no epicentro de toda a confusão, em estado de choque. Essa é apenas uma das consequências da pancadaria que levou pelo menos 26 chilenos à prisão no confronto que terminou com vitória corintiana por 2 a 0 na noite de quarta-feira (5).
A funcionária, que teve o nome preservado pelo clube, estava em bilheteria de acesso ao setor de visitantes da Arena e que foi completamente depredada pelos torcedores organizados chilenos durante confronto com a PM. Ela não foi agredida nem se machucou, mas entrou em desespero e precisou de atendimento médico.
Horas depois da confusão, a funcionária foi acompanhada por Ricardo de Souza, gerente de operações da Arena Corinthians, além de duas colegas de bilheteria testemunhas, para registrar ocorrência no 24º DP na Ponte Rasa. Além da bilheteria depredada, o Corinthians teve destruídas uma grade, uma tenda no acesso à arquibancada, banheiros e ainda dezenas de cadeiras. O clube confirmará o número na quinta-feira, mas inicialmente estimava mais de 200 assentos destruídos.
Imediatamente após o jogo, o Corinthians entregou à Polícia Militar imagens de seu circuito interno, além de fotos e informações, que detalham toda a confusão protagonizada pelos chilenos. É certo que o clube tomará mais duas providências: cobrar a Universidad do Chile pelos reparos no estádio e enviar dossiê à Conmebol sobre os fatos ocorridos. Há preocupação com o cenário que será encontrado no mês que vem, na partida de volta contra a Universidad de Chile, em Santiago.
RESGATE
De acordo com a Polícia Militar, a confusão que começou antes da partida foi ocasionada por ação relacionada a sinalizadores que foram levados pelos torcedores chilenos. Alguns deles se irritaram com a apreensão de alguns artefatos e, em represália, quebraram cadeiras e atiraram na direção de policiais que faziam o isolamento, o que foi o primeiro capítulo da confusão.
"Eles acenderam outros sinalizadores e começaram a depredar cadeiras", contou o tenente De Pieri, comandante da operação. "Apesar da arquibancada lotada [eram aproximadamente mil chilenos como visitantes], os líderes da organizada, donos dos sinalizadores, foram identificados por imagens. Não era oportuno intervir naquele momento [antes do jogo], mas quando eles foram ao banheiro, no intervalo, nosso efetivo desceu para fazer as detenções", descreveu.
Nesse momento em que cinco chilenos foram detidos pelos policiais, os torcedores partiram em massa para um confronto e tentaram resgatar os colegas. De acordo com relatos de quem participou da ação, o grupo de visitantes cercou os policiais pela frente e pelas costas. "Começou um novo confronto e foi por isso que tivemos mais 21 presos", relatou o comandante. Entre eles estava o jornalista chileno Cristopher Antúnez, que fazia imagens.
O saldo da confusão foi de dois policiais machucados (levaram pontos no rosto) e quatro torcedores entre os presos que também ficaram feridos, mas sem gravidade. Detidos no estacionamento da Arena Corinthians, os 26 foram levados à delegacia na Ponte Rasa, próxima ao estádio. Exceto os feridos, levados a hospital, os demais ficaram concentrados em ônibus do Choque. Logo após a partida, aliás, mais de outros 20 ônibus deixaram a Arena Corinthians e iniciaram a viagem de volta para o Chile.