Legado? Ouro no Rio, velejadora diz que Baía de Guanabara ‘piorou’
Kahena Kunze (à esquerda), de 26 anos, foi campeã na classe 49er FX na Rio 2016
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Esporte Poluição
A velejadora paulista Kahena Kunze, que ao lado de Martine Grael (à direita na foto) conquistou a medalha de ouro na classe 49er FX, nos Jogos Olímpicos Rio 2016, fez duras críticas ao prometido “legado olímpico”. Ela, que teve sua glória nas águas da Baía de Guanabara, disse que as condições do local pioraram com o fim da Olimpíada.
“Acho que piorou. Sempre teve lixo flutuante, mas vejo cada vez mais. Não se iniciou uma conscientização ambiental. Não adianta esconder o lixo porque depois volta. Imaginei que fosse piorar porque nunca vi algo concreto sendo feito”, disse Kahena, segundo o jornal Extra.
“Nós, atletas, somos os que mais podemos falar, porque somos quem mais vive aqui dentro da Baía. A gente se deparava com televisão, sofá, mas tentou-se esconder isso da mídia para não sujar a imagem dos Jogos. Como atleta, eu queria muito ter falado na época. A gente até não poderia ter falado tanto, mas é revoltante”, acrescenta ela, que tem 26 anos.
70% do orçamento total de 650 milhões de dólares seria custeado por um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento. O governo do Rio arcaria com os outros 30%.
Algumas obras do programa estão paradas. Enquanto isso, o estado do Rio de Janeiro está afundado em crise. E até agora o programa já gastou R$ 200 milhões, também segundo o Extra. A Secretaria estadual do meio ambiente ressaltou que há 17 ecobarreiras em rios que terminam seu ciclo na Baía.
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