A última passagem de Adriano pelo Flamengo aconteceu em 2012, quando o atacante nem chegou a entrar em campo. Integrado ao elenco rubro-negro no dia 21 de agosto daquele ano, o Imperador, que se recuperava de uma lesão em um dos tornozelos, passou a treinar com o time, mas acabou não rendendo o esperado e terminou desligado do clube. Durante esse período, muitas coisas curiosas aconteceram, como por exemplo uma viagem dele com a delegação do time para Porto Alegre, quando o grupo liderado por Vágner Love perdeu para o Internacional no Beira-Rio por 2 a 1, no Brasileirão. Ao fim do jogo, “Didico” ficou revoltado com a derrota e esbravejou com os jogadores no vestiário.

Mas o objetivo desse texto é relembrar uma história específica do ídolo rubro-negro, sobre o dia em que Adriano “salvou” o café da manhã do elenco e dos funcionários do futebol do Flamengo. Todos os dias, antes do treinamento no Ninho do Urubu, o clube colocava à disposição dos funcionários pães, sucos, leites, queijos e muito mais - deve ser assim até hoje. Porém, naquela época, havia apenas uma sanduicheira que tinha espaço para dois sanduíches. Vale ressaltar que o aparelho era utilizado por aproximadamente 30 jogadores, comissão técnica, além de equipe de comunicação.

Cansado das constantes disputas e “brigas” para ver quem conseguiria esquentar o pão primeiro, Adriano, que comia pelo menos dois sanduíches, decidiu resolver ele mesmo o problema dos seus colegas de trabalho, comprando uma super sanduicheira para o clube, com dinheiro do próprio bolso. O aparelho tinha capacidade para pelo menos 8 sanduíches. Ele chegou ao clube com uma sacola de plástico, tirou o equipamento da embalagem e colocou sobre a mesa do café da manhã.

“Pronto. Agora não tem mais briga. Só que o meu pão tem que ser o primeiro da fila”, disse o Imperador, completando em seguida. “O Flamengo também não precisa me pagar nada. É presente”.

Os jogadores caíram no riso e agradeceram ao amigo Didico, que é apontado como uma das pessoas mais queridas no mundo do futebol.

*O autor deste texto estava presente no Ninho do Urubu no dia do ocorrido.

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