"Há uma confusão entre carinho e interesse sexual", diz Nuno Cobra
Ao ser levado pela PF, ex-preparador de Senna nega acusações de violação
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Preso por violação sexual após duas denúncias, Nuno Cobra lamentou a polêmica a caminho do Centro de Custódia da Polícia Federal, onde passou a noite de segunda-feira." É triste pensar que a sociedade me acha um perigo", afirmou o ex-preparador físico de Ayrton Senna.
No primeiro caso, o homem de 79 anos havia sido condenado por violação sexual durante um voo entre Curitiba e São Paulo. Na ocasião, Cobra teria assediado uma passageira de 21 anos, tocando os seus seios e pernas diversas vezes. Ainda teria dito "que o formato do corpo da vítima lhe despertava pontos energéticos que não sentia há muito tempo".
Após a história ser publicada pela repórter Gabriela Moreira (ESPN Brasil), uma jornalista da Jovem Pan resolveu denunciar o preparador por episódio semelhante, que teria ocorrido nos estúdios da rádio, no último dia 24 de Agosto.
Segundo o relato da vítima, cujo processo ocorre em segredo de justiça, o acusado teria apertado suas nádegas e esfregado o órgão sexual nela, afirmando que os homens possuem "energias sexuais" e que "as mulheres deveriam compreender". Esta segunda denúncia provocou a prisão preventiva do preparador físico, proferida pela juíza Raecler Baldresca.
"Fui convidado para participar do programa deles, estava um clima ótimo. Conversei, brinquei, disse que o Ayrton não pilotava nada, que o bom era o Rubinho (Barrichello), estávamos todos descontraídos. Na hora de ir embora, fiz o que sempre faço. Dei abraços longos em todos. Beijei os homens, como costumo fazer, é o meu jeito. Nesse mundo frio, as pessoas têm medo de se tocar, eu nunca tive. Há uma confusão enorme entre carinho e interesse sexual", disse Cobra, em entrevista a GQ por telefone.
Na primeira denúncia, a juíza havia condenado Nuno Cobra a três anos e nove meses de prisão em regime inicial aberto, substituindo a pena para prestação de serviços à comunidade e à prestação pecuniária (pagamento mensal de um salário mínimo a entidade pública ou privada). Com a reincidência no crime, o pedido de prisão de Nuno Cobra foi feito pelo Ministério Público Federal no último dia 5, "sob fundamento da garantia da ordem pública".
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