Meteorologia

  • 23 DEZEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Documentário sobre acidente da Chape revela sócios ocultos da LaMia

A informação é apresentada pelo documentário Chapecoense: o lado obscuro da tragédia, produzida pela CNN espanhola

Documentário sobre acidente da Chape revela sócios ocultos da LaMia
Notícias ao Minuto Brasil

12:55 - 08/06/18 por Folhapress

Esporte Chapecoense

A LaMia, companhia aérea contratada pela Chapecoense na tragédia aérea de 29 de novembro de 2016, pode ter sócios ocultos que não aparecem nos processos movidos contra ela pelas famílias das vítimas.

A informação é apresentada pelo documentário Chapecoense: o lado obscuro da tragédia, produzida pela CNN espanhola que vai ao ar nesta sexta-feira (8), às 20h (de Brasília), pelo Esporte Interativo.

Ao longo de pouco mais de uma hora, o jornalista Francho Barón traz novas informações referentes à queda do avião da Chape, às vésperas do jogo contra o Atlético Nacional (COL) pelas finais da Copa Sul-Americana de 2016. Ao todo, 71 pessoas morreram na tragédia, ocorrida nos arredores de Medellín.

A LaMia foi criada na Bolívia em setembro de 2014, com um capital considerado baixo -cerca de US$ 21 mil. Oficialmente, a companha aérea tinha como sócios Miguel 'Micky' Quiroga -piloto que morreu na queda do avião- e Marco Antonio Rocha, que está foragido.

Antes disso, porém, o empresário Ricardo Albacete tentou criar uma empresa com o mesmo nome e logomarca na Venezuela, com voos dentro do país e para Aruba. Sem sucesso.

Quando a LaMia foi criada, Albacete foi identificado como o proprietário do avião que transportava a Chapecoense na viagem a Medellín. Legalmente, o empresário -que também foi senador na Venezuela- apenas alugava a aeronave à companhia por US$ 35 mil dólares por mês.

Porém, em documentos mostrados pelo documentário, aparece diversas vezes o nome de Loredana Albacete como diretora da LaMia. Ela é filha de Ricardo e, segundo pessoas entrevistadas na reportagem, agia em nome do pai em decisões dentro da empresa aérea.

Documentos aos quais a CNN teve acesso mostraram que a LaMia recebeu um investimento inicial, entre 2014 e 2015, de US$ 2,7 milhões. O montante foi pago por uma empresa que tinha como sócios o próprio Ricardo Albacete e o empresário chinês Sam Pa.

O que foi revelado é que a quantia foi paga para que Sam Pa comprasse quatro aviões de Ricardo Albacete e criasse uma companhia aérea na África. Desta forma, Marco Antonio Rocha e Micky Quiroga seriam apenas laranjas dos proprietários de fato da companhia.

A negociação entre Pa e Albacete não chegou a ser formalmente concretizada porque, em outubro de 2015, o empresário chinês foi preso. Na época, ele era investigado nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro e por fomentar a corrupção no Zimbábue, onde participava de um esquema de tráfico de diamantes.

A reportagem não conseguiu confirmar com autoridades chinesas se Sam Pa segue preso. Ambos não são citados em nenhum dos processos movidos por familiares das vítimas, embora o venezuelano apareça como principal acionista da companhia aérea em processos movidos na Bolívia por ex-funcionários.

SUPERSTIÇÃO

A Chapecoense havia voado com a LaMia quando enfrentou o Junior Barranquilla (COL) fora de casa pelas quartas de final da Copa Sul-Americana de 2016, em 19 de outubro daquele ano. Na ocasião, o que deveria ser uma viagem simples acabou se transformando em um deslocamento de mais de 24 horas.

Originalmente, o time viajaria de Belo Horizonte, onde enfrentou o Cruzeiro no dia 16. para Barranquilla. Só que a companhia aérea contratada não tinha autorização para o deslocamento. Desta forma, a delegação foi em um voo fretado de outra companhia até Corumbá (MS), onde passou a noite.

No dia seguinte, a Chape atravessou a fronteira com a Bolívia por terra e foi à cidade de Puerto Suárez. De lá, embarcou em voo da LaMia até a cidade de Cobija, no norte do país.

Ali, o time pousou, embarcou em vans até a cidade brasileira de Epitaciolândia (AC) para resolver questões de documentação e voltou a Cobija. Então, enfim, embarcou a Barranquilla.

À reportagem, o ex-goleiro Jakson Follmann afirmou que a viagem foi muito desgastante. "Você pega um voo fretado para chegar antes, mais tranquilo. Sabíamos que era longe, mas a gente levou quase dois dias para chegar", contou. A Chape perdeu o jogo na Colômbia por 1 a 0, mas venceu por 3 a 0 a volta na Arena Condá.

Após a tragédia, o vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Pallaoro, afirmou em entrevista coletiva que a viagem do clube a Barranquilla na ocasião havia ocorrido sem problemas.

À reportagem, porém, afirmou que o clube contratou de novo o voo por apostar na "mística" do futebol, já que dera sorte no confronto das quartas.

Citado pela apuração da CNN, o MPF (Ministério Público Federal) em Chapecó não identificou "qualquer conduta negligente por parte de dirigentes da Chapecoense". Com informações da Folhapress.

Transmissões ao vivo dos jogos dos principais times do Brasileirão!

Veja resultados, notícias, entrevistas, fotos, vídeos e os bastidores do mundo do esporte

Obrigado por ter ativado as notificações do Esporte ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Brasil Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório