Fifa registra 45 casos de assédio na Copa do Mundo na Rússia
Deste total, 15 jornalistas foram atacadas e beijadas à força por torcedores
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Esporte Lamentável
A Fifa e a sua parceira Fare Network, entidade que monitora discriminação e racismo, informaram que até o momento na Copa do Mundo foram registrados 45 casos de sexismo e assédio contra mulheres na Rússia.
Deste total, 15 jornalistas foram atacadas e beijadas à força por torcedores. As outras 30 vítimas são torcedoras.
Todos casos ocorreram fora de estádios e foram registrados por meio de redes sociais, como foi o vídeo de brasileiros cantando "B... rosa" para uma russa.
"Até o momento podemos falar de 30 casos e atos de sexismo. Muitas vezes envolvendo mulheres russas abordadas por um grupo de torcedores. Este número pode ser até dez vezes maior, mas muitos não são reportados", afirmou Piara Powar, diretor-executivo da Fare Network.
"Estes casos aconteceram fora dos estádios e soubemos pela mídia e redes sociais, que nos permitem monitorar de uma maneira muito melhor a situação", disse Federico Addiechi, chefe de sustentabilidade e diversidade da Fifa. "Não creio que seja uma situação diferente do que vimos no Brasil em termos de sexismo", completou.
A entidade e a Fare também afirmaram que muitas das pessoas identificadas em atos de sexismo tiveram suas Fan ID (identidade do fã) canceladas. O documento é necessário para acessar os estádios e serve como visto de permanência na Rússia.
A Fifa afirmou também estar satisfeita com a situação vista na Rússia em relação às medidas antidiscriminação tomadas e o baixo número de casos registrados dentro dos estádios.
Antes do Mundial, havia um grande temor por questões como homofobia e racismo. "Ainda há três jogos adiante, mas estamos satisfeitos com toda a situação. O número de incidentes foi pequeno e os mecanismos que colocamos em prática nos ajudaram muito", disse Addiechi.
Entre as medidas tomadas dentro dos estádios houve a inclusão de três observadores para analisar o comportamento dos torcedores e um sistema que permite ao árbitro paralisar a partida em caso de ofensas racistas ou homofóbicas. No entanto, até agora, nenhum jogo foi paralisado por discriminação.
A Fifa também tem buscado diminuir da exibição da imagem de mulheres como símbolos sexuais nas arquibancadas. Foi um pedido da entidade para a empresa que gera as imagens no mundo todo.
"Nossa experiência foi muito positiva. Os russos desempenharam um ótimo papel, as pessoas que aqui vieram ficaram surpresas com o comportamento das pessoas", afirmou Powar. Com informações da Folhapress.