Cruzeiro vence o Santos na Vila em noite de VAR coadjuvante
A partida válida pelas quartas de final da Copa do Brasil reservou duas equipes de rara inspiração salvas somente pelo dedo do técnico Mano Menezes
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Esporte Copa do Brasil
A primeira aparição oficial do sistema de árbitro de vídeo (VAR) em gramados brasileiros teve o novo recurso como um mero coadjuvante em um jogo morno entre Santos e Cruzeiro, na noite desta quarta-feira (1º), na Vila Belmiro.
A partida válida pelas quartas de final da Copa do Brasil reservou duas equipes de rara inspiração salvas somente pelo dedo do técnico Mano Menezes. Do banco de reservas, Raniel substituiu o atacante Hernán Barcos e decidiu o confronto aos 35 minutos do segundo tempo, decretando o placar de 1 a 0 para o Cruzeiro.
O jogo, no entanto, não forçou o árbitro Wilton Pereira Sampaio a pedir nem sequer uma vez a utilização do sistema em vídeo, empregado na última Copa do Mundo.
O momento de maior tensão ocorreu aos 11 minutos do segundo tempo. Após um cruzamento, os santistas reclamaram de um empurrão do volante Lucas Romero em Gabriel Barbosa.
Wilton Pereira Sampaio ouviu os auxiliares de vídeo, mas optou por não paralisar a partida para conferir o lance no monitor. Na comunicação entre a sala e árbitro, confirmaram a não marcação de um pênalti sobre Gabriel. Imediatamente, o clube também reagiu por meio de sua rede social: "chama o VAR, juizão!".
Nas arquibancadas, por sua vez, os torcedores começaram a vaiar logo após a não marcação do pênalti e passaram a fazer o sinal característico dos árbitros, indicando uma televisão para análise do lance.
Na Vila, a tecnologia funcionou de maneira diferente da forma convencional. O estádio contou com dois pontos de consulta posicionadas pouco após a linha de fundo, próximas aos locais onde são realizadas as cobranças de escanteio. A opção foi feita pela falta de espaço para a instalação do monitor no meio de campo.
Durante todo o período antes da partida, o Santos disse que não passaria informações sobre o posicionamento do trio responsável pela análise do vídeo: Bráulio Machado, Helton Nunes e Marcelo de Lima Henrique.
Eles foram escondidos em uma sala dentro do Salão de Mármore do clube, que limitou os acessos com seguranças posicionados dentro e fora do local.
O primeiro tempo ficou marcado por raras oportunidades. O goleiro Vanderlei foi o principal nome com duas defesas sequenciais, aos 33 e 34 minutos. A primeira em um chute do volante Lucas Silva e, depois, em duelo com Arrascaeta. O meio-campista uruguaio recebeu dentro da área, mas foi abafado pela saída do goleiro.
O novo Santos de Cuca, praticamente, não assustou. Apesar de demonstrar mais atitude, teve apenas uma chance com pouco perigo em finalização do volante Diego Pituca, sem dificuldades para o goleiro Fábio.
A equipe insistiu ao esgotamento em acionar o atacante Rodrygo, seu principal jogador. Aberto pelo lado direito, protagonizou alguns lances individuais no duelo com o lateral Egídio, mas também sofreu com a marcação cruzeirense. Bruno Henrique e Rodrygo ainda trocaram de lado, mas a mudança não surtiu efeito.
Cuca surpreendeu ao abdicar de um time mais criativo no papel. Desmontou a escalação de quatro atacantes, utilizada por Jair Ventura e por Serginho Chulapa nos últimos jogos, e optou pelo esquema 4-1-4-1 com a presença de três jogadores menos ofensivos: Renato, Diego Pituca e Alison.
No segundo tempo, marcado pela primeira consulta aos auxiliares de vídeo, o goleiro Fábio foi o principal nome da partida por evitar duas chances de gol em finalizações de Gabriel e de Rodrygo.
O nome do jogo, porém, foi Raniel. O atacante recebeu de Robinho próximo a entrada da área e conseguiu uma finalização improvável. Um lance isolado em meio a pouca inspiração. Raniel ainda protagonizou jogadas individuais que irritaram os santistas no final da partida.
Com a derrota, o Santos alcança a sétima partida consecutiva sem vencer. No período, o time tem quatro empates e três derrotas, a segunda consecutiva mesmo jogando na Vila.
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique, Dodô; Alison, Renato (Daniel Guedes), Diego Pituca (Copete); Rodrygo, Bruno Henrique, Gabigol. T.: Cuca
CRUZEIRO
Fábio; Lucas Romero, Léo, Dedé, Egídio; Henrique, Lucas Silva, Thiago Neves (Rafinha), Robinho (Rafael Sobis), Arrascaeta; Barcos (Raniel). T.: Mano Menezes
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Juiz: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Cartões amarelos: Henrique, Rafinha e Rafael Sóbis (Cruzeiro); Gabigol (Santos)
Gol: Raniel, aos 35min do segundo tempo