'Libertadores é torneio de bairro', reclama técnico do Independiente
"Não me coloco como juiz ou fiscal, mas os regulamentos existem para que sejam cumpridos", afirmou
© REUTERS (Foto de arquivo)
Esporte Polémica
O técnico do Independiente não está feliz com a suposta escalação irregular de Carlos Sánchez, jogador do Santos, no confronto da noite desta terça-feira. Ariel Holan fez duras críticas à organização da Copa Libertadores.
"Temos que falar o que acontece para que o futebol sul-americano não seja a porcaria que às vezes se vê. (...) Desculpem-me, a Libertadores é um torneio de bairro. Pela maneira como é dirigida e como se tomam as decisões, é um torneio de bairro", disse.
As declarações foram feitas à Direct TV, da Argentina. Holan fez questão de destacar o fato de que dois de seus jogadores [Franco e Figal] estiveram suspensos para a partida diante do Santos, determinação cumprida pelo Independiente.
"Não me coloco como juiz ou fiscal, mas os regulamentos existem para que sejam cumpridos", afirmou. "Existem leis e regras em um esporte profissional onde se compete por dinheiro. Se uma empresa se equivoca, tem de pagar", completou.
Diante da possibilidade de ser punido na Libertadores, o Santos fez uma provocação na internet. A postagem parece ser direcionada ao Independiente, que contestou a escalação de Carlos Sánchez na noite desta terça-feira (22), no jogo de ida das oitavas.
"Futebol se resolve em campo", escreveu o clube paulista em uma publicação no Instagram. A confusão envolve um cartão vermelho recebido pelo jogador no dia 26 de novembro de 2015, quando defendeu o River Plate pela Copa Sul-Americana.
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Esta foi a última partida do jogador por uma competição sul-americana antes da disputada na noite desta terça, de modo que o Independiente alega que deveria ter cumprido suspensão. A Conmebol anunciou ter aberto um processo disciplinar para investigar o possível descumprimento de dois artigos.
O Santos, no entanto, acredita que o atleta tinha condições de jogo como consequência de uma anistia promovida pela Conmebol em seu centenário, em 2016, quando diminuiu pela metade a pena em vigor de jogadores em competições sul-americanas.
Além disso, o gerente jurídico do clube brasileiro, Rodrigo Gama, alega que um sistema da Conmebol chamado Comet mostra que Sánchez não tinha punições a cumprir.
"Lá (no sistema Comet) consta que há uma punição de uma partida da Sul-Americana 2015. Só que logo após isso existe "a cumprir 0", não existe nenhuma punição a cumprir. Agora está zerado. Isso consta do sistema desde o dia 24 de maio desde 2018. Provavelmente quando colocaram o jogador na Copa do Mundo limparam a ficha do jogador", explicou Gama em entrevista à ESPN.
"Não descumprimos nada. É um sistema específico e detalhado, ele mesmo coloca tudo, é muito completo. É o único veículo oficial que temos que diz para nós se há ou não alguma infração a cumprir. Não sei se é a boataria ou alguma má-fé de querer passar no tapetão por parte dos argentinos", acrescentou o gerente jurídico.
Um documento da Conmebol, datado de dezembro de 2015, mostra que Sánchez acabou punido com três jogos de suspensão pelo Comitê Disciplinar da entidade. Sendo assim, mesmo com a anistia reduzindo a pena, ainda teria mais um jogo a cumprir.
Caso se confirme a escalação irregular, o Santos corre risco de ser declarado perdedor (3 a 0) no duelo de ida contra o Independiente, da última terça-feira, pelas oitavas de final. O jogo terminou empatado por 0 a 0 e os dois times voltam a se enfrentar na próxima semana, no Brasil. Com informações da Folhapress.