Em ofensiva por mercado americano, F-1 faz festa e leva shows a GP
Em vez de usar os próprios carros e pilotos para fazer o esporte crescer na América, a nova estratégia é bem conhecida nos EUA: vender entretenimento
© REUTERS / Toru Hanai (Foto de arquivo)
Esporte Estratégia
Que a Fórmula 1 sempre esteve de olho no mercado norte-americano, não é novidade. A categoria fará a 48ª prova nos Estados Unidos neste final de semana, em Austin, que é a décima casa diferente do GP dos Estados Unidos na história e recebe a etapa desde 2012. Mas a maneira de tentar atrair os norte-americanos está mudando sob o comando da também americana Liberty Media, que assumiu o controle da F-1 no começo do ano passado.
Em vez de usar os próprios carros e pilotos para fazer o esporte crescer na América, a nova estratégia é bem conhecida nos EUA: vender entretenimento.
Tudo começou com o show de Taylor Swift no GP dos EUA de 2016. Os organizadores abriram o cofre para ter uma das poucas apresentações da cantora naquele ano, e bateram recorde de público.
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No ano seguinte, a receita foi repetida com Justin Timberlake, ao mesmo tempo em que a Liberty apostou forte em entretenimento na chamada fanzone e fez um show à parte no grid, com os pilotos sendo apresentados pelo narrador de lutas de boxe Michael Buffer, além de colocar um touro mecânico no paddock.
Já em 2018, o GP dos Estados Unidos terá shows em dose dupla: Britney Spears tocará no sábado (20) e Bruno Mars, no domingo (21). Como todas as pessoas que comprarem ingressos para os três dias terão direito de acompanhar ambos os shows, isso significa que, por R$ 700 -preço do ingresso mais barato para três dias- é possível ver a corrida e as apresentações.
Convidar artistas para tocar durante o evento não é exclusividade do GP dos EUA. Países com pouca tradição no automobilismo, como Bahrein, Abu Dhabi e Singapura, costumam usar estratégia parecida. A diferença em relação a Austin é o investimento alto em artistas bastante populares, fazendo com que muitos comprem os ingressos somente para os shows. Tanto que, nos últimos dois anos, a pista esteve mais cheia no sábado -quando Justin e Swift se apresentaram- do que no domingo.
Do lado da Liberty Media, neste ano será realizado o primeiro fan fest em Miami. O evento será no final de semana da corrida e contará com carros da Red Bull e da Renault, além de Emerson Fittipaldi andando com o McLaren M23, com o qual venceu seu segundo título mundial. O evento terá telões mostrando a ação na pista em Austin, e também contará com os shows de Silk City, Diplo e Mark Ronson.
AUDIÊNCIA EM ALTA
Na TV, o esporte vem ganhando espaço. Ao longo dos cinco anos em que transmitiu a F-1, a NBC teve crescimento de 70% nos números de audiência. Mas a emissora perdeu o contrato para a ABC/ESPN no final do ano passado. A nova casa da F-1 transmite as corridas na ABC, ESPN e ESPN2, dependendo da etapa. Ou seja, há corridas transmitidas via TV a cabo, e outras na TV aberta.Mesmo com a mudança, a tendência de crescimento continua, e o GP da Itália, inclusive, bateu o recorde da F-1 em TV fechada nos EUA dos últimos 20 anos, com 876 mil espectadores.
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Quando as corridas são transmitidas pela ABC, os números de audiência batem em 2,4 milhões de espectadores. Tais números fazem dos EUA o segundo mercado em que a F-1 mais cresce, atrás apenas do México.
Um fator que ajudou nesse crescimento foi a mudança no horário das largadas da maioria das provas, atrasada em uma hora justamente para se adequar melhor ao mercado americano. Já o próximo passo é realizar mais uma corrida no país. Neste ano, a inclusão de Miami chegou a ser anunciada, mas não saiu do papel, e agora a Liberty busca alternativas.
O que também pode ajudar é o fato de Lewis Hamilton, que é o piloto mais popular nos EUA, ter a chance de conquistar o pentacampeonato já neste final de semana. O inglês precisa abrir mais oito pontos em relação a Sebastian Vettel, ou seja, se ganhar e seu rival não passar de terceiro, Hamilton é campeão por antecipação. Com informações da Folhapress.