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Mick Schumacher mira F-1, mas não tem pressa para seguir passos do pai

Piloto de 19 anos diz não ter pressa para chegar ao palco no qual seu pai se consagrou em 19 temporadas

Mick Schumacher mira F-1, mas não tem pressa para seguir passos do pai
Notícias ao Minuto Brasil

07:40 - 04/11/18 por Estadao Conteudo

Esporte Piloto

O sobrenome Schumacher pode voltar à Fórmula 1. Mick Schumacher, filho do heptacampeão mundial, voltou a colocar em evidência o nome do seu pai nas últimas semanas e acabou se tornando uma aposta quase certa para a categoria no futuro. "Sim, é meu objetivo me tornar piloto da Fórmula 1", disse Mick, em entrevista ao Estado.

Mas o piloto de 19 anos diz não ter pressa para chegar ao palco no qual seu pai se consagrou em 19 temporadas. "Acredito que é preciso fazer isso passo a passo, sempre aprendendo e construindo. O ano em que isso vai acontecer não é importante", destacou.

Mick passou a ganhar atenção internacional recentemente em razão da conquista da F-3 Europeia, seu primeiro título da carreira. Não bastasse o peso do sobrenome, outro fator contribuiu para levar Mick para o noticiário esportivo: a coincidência com a trajetória do pai, que conquistara o meu troféu há 28 anos.

"Para ser honesto, precisei de um tempo para compreender o que conquistamos. É uma sensação incrível vencer a F-3, acredite", comemorou Mick, em referência à categoria que está dois degraus abaixo da F-1. "Esta é uma categoria muito competitiva. Houve uma batalha muito dura e que exigiu muito trabalho. Nunca deixamos de acreditar em nós mesmos e continuamos a trabalhar para seguir evoluindo, o que foi compensado no final".

Mick iniciou a sua carreira no automobilismo em 2008, no kart, como é de costume na modalidade. Na época, usava o sobrenome de solteiro da mãe - Mick Betsch - para evitar maior atenção do público e da mídia. Pôde, assim, ter um início discreto em sua trajetória, sem a sombra das comparações com o pai.

A fama, contudo, o alcançou neste ano. Mas a discrição permanece. Pouco se sabe sobre a vida pessoal do piloto. O mesmo acontece com o estado de saúde do seu pai, que virou um dos maiores mistérios do esporte mundial após o grave acidente de esqui em dezembro de 2013. Os rumores são variados e a família não faz questão de revelar como está o recordista de títulos da F-1.

Mick se esquiva de perguntas sobre o pai. Ao ser questionado sobre o papel dele no estímulo à sua carreira, ele evitou citar o heptacampeão. "Na minha memória, eu sempre quis correr, desde que era criança. Eu meio que cresci me divertindo com o kart e pilotando. E, para mim, continua sendo assim: divertido", afirmou.

Porém, ele não nega a importância de Michael em sua trajetória. "Meu pai é o meu ídolo. Ele é o melhor", disse o piloto, que nasceu na Suíça, onde mora com sua família.

As semelhanças com o pai ainda são consideradas precoces. No entanto, a boa campanha na F-3, com oito vitórias, sendo cinco consecutivas, e 14 pódios, já estimula alguns pilotos a fazerem comparações entre o estilo de Mick e o do pai. Para isso também contribui episódio no ano passado, em que o filho guiou a mesma Benetton de Michael no tradicional circuito de Spa-Francorchamps, pouco antes do GP da Bélgica. Era uma homenagem aos 25 anos da primeira vitória do pai na categoria.

"Provavelmente teremos um Schumacher de volta à Fórmula 1, em parte por causa do nome mas também porque ele está fazendo um grande trabalho", disse Lewis Hamilton, o mais novo pentacampeão da categoria. "Obviamente ele herdou o talento do pai, assim como Keke e Nico Rosberg".

A boa evolução - na primeira temporada na F-3 foi apenas o 12.º - também rendeu elogios por parte do chefe de Hamilton na Mercedes, Toto Wolff. O carro pilotado por Mick conta com motores da equipe alemã. "Sua performance na segunda metade do ano foi impressionante. Ele mostrou que tem aquilo que é necessário para se torar um dos grandes no nosso esporte".

Sem vínculos com academias de jovens pilotos dos grandes times da F-1, o filho de Schumacher também já entrou no radar da Ferrari. "Vamos deixá-lo se divertir por enquanto. Sempre digo que jovens pilotos devem se manter focados, mas ao mesmo tempo devem se divertir e amadurecer devagar, mas com rumo. Aí depois vamos falar sobre o seu futuro. Como você poderia dizer 'não', em Maranello, a alguém com um sobrenome como esse?", admitiu Maurizio Arrivabene, chefe do time italiano.

Mick ainda não definiu em qual categoria correrá em 2019. Poderá fazer nova temporada na F-3 ou subir um degrau, para a GP3 ou mesmo para a F-2, que é a antessala da F-1. Mas seu desembarque na principal categoria do automobilismo mundial deve ser apenas questão de tempo. Com informações do Estadão Conteúdo.

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