Alonso ainda avalia retorno à F-1 após despedida em Abu Dhabi
O que ele responde quando é perguntado se vai voltar? 'Quem sabe'
© REUTERS / Toru Hanai (Foto de arquivo)
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A despedida oficial de Fernando Alonso da Fórmula 1 aconteceu na última corrida desta temporada, em Abu Dhabi. Na ocasião, o bicampeão foi cercado de homenagens: ganhou macacão especial e pintura diferente no carro da McLaren, uma festa organizada pelos donos da categoria no paddock, e a "escolta" de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, que o acompanharam em sua última volta e fizeram "zerinhos" com ele na linha de chegada.
Mas há quem duvide que esta tenha sido realmente a última corrida de Alonso na F-1. A começar pelo próprio Vettel. Perguntado sobre como será alinhar na Austrália em março sem seu ex-rival no grid, o alemão riu e disse: "Ah, ele vai voltar. O que ele responde quando é perguntado se vai voltar? 'Quem sabe'. Então por enquanto é um tchau mas não tenho certeza de que ele não vai voltar."
De fato, no carro de Alonso de Abu Dhabi, estava escrito "hasta luego" ("até logo", em espanhol), também deixando em aberto um retorno.
Até o próprio piloto admitiu que pode mudar de ideia à reportagem. "Veremos. No momento, é o que tenho na minha cabeça. Mas também não sei como vou me sentir ano que vem, quando estiver descansado e vendo a F-1 pela TV depois de tantos anos. Talvez eu não me aguente no sofá e tente voltar no ano seguinte. Mas essa não é minha ideia no momento. Quero agradecer à F1 por tudo o que me deu e virar a página."
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Um dos empresários de Alonso, Flavio Briatore, foi além e afirmou que tal retorno não seria pela McLaren, equipe que o espanhol defendeu nas últimas quatro temporadas e com a qual amargou um período longe de pódios e vitórias.
"Se a Mercedes ou a Ferrari baterem na porta de Fernando, ele sem dúvidas voltará a pilotar. Ele agora vai descansar, vai ver o que acontece. Acredito que, depois de tantos anos, Fernando precisava de um pouco de descanso. Ele teve três anos muito frustrantes em que se comportou de maneira impecável. O rendimento da McLaren foi ridículo e, ainda assim, ele lutou por posições pelas quais não deveria lutar. Um ano sabático? Muitos pilotos na história fizeram isso antes, (Alain) Prost, (Ayrton) Senna. Não teria tanta certeza de que Fernando não voltará à categoria."
Um chamado de Ferrari ou Mercedes, entretanto, seria uma grande surpresa no mundo da F-1. No time alemão, Hamilton tem contrato até o final de 2020 e a linha sucessória de Valtteri Bottas já está montada com a chegada de Esteban Ocon como reserva. Já no time italiano, Sebastian Vettel também tem acordo fechado até o fim de 2020 e a equipe acaba de contratar sua aposta para o futuro, Charles Leclerc.
Após o final dos contratos de Vettel e Hamilton, Alonso teria 39 anos. Mas mesmo assim Briatore não fecha as portas. "Só há duas equipes: Mercedes ou Ferrari, não há outras soluções, a não ser para acabar em quarto, quinto e sexto. Acredito que, com o talento que tem, se tiver o carro certo ainda é o piloto mais forte, junto de Lewis. Algum dia as equipes vão perceber que, para ganhar o mundial de construtores são necessários dois pilotos fortes. Veremos o que acontece em alguns meses ou um ano."
Por enquanto, Alonso tem confirmadas participações nas 24h de Le Mans e de Daytona em 2019, além das 1000 Milhas de Sebring e as 500 Milhas de Indianápolis. À reportagem, ele revelou que o plano é correr "não mais que oito ou nove provas" no ano que vem. Com informações da Folhapress.