Após tratamento no Brasil e Carnaval, Neymar segue cartilha do PSG
Atacante esteve internado em clínica no Qatar, país dos donos do clube francês
© Sergio Moraes/Reuters
Esporte Futebol
DIEGO GARCIA - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pouco mais de um ano depois de seguir o tratamento orientado pela CBF antes da Copa do Mundo, que incluiu uma cirurgia e recuperação no Brasil, Neymar faz agora o que o PSG indicou para se recuperar da lesão no pé direito, de fevereiro.
Na última quinta (7), o atacante desembarcou no Aspetar, em Doha, no Qatar, onde passou três dias. A escolha do local foi uma decisão do PSG, clube que foi comprado por um fundo de investimentos do Qatar.
+ Vice da CBF é afastado pela Justiça de prefeitura em Alagoas
A CBF, que no ano passado participou da escolha pela recuperação do jogador, não se opôs à escolha do atacante. Entende que neste momento não há uma urgência para ter o atacante na equipe de Tite.
No ano passado, quando teve lesão no quinto metatarso do pé direito, em fevereiro, Neymar e a CBF quiseram trazer o jogador para o Brasil para ficar sob observação dos médicos da entidade e do próprio atleta. Na ocasião, o foco era a disputa da Copa do Mundo.
Em 2019, a lesão foi em janeiro. O principal objetivo do atleta nesta temporada era a recuperação para as finais da Liga dos Campeões da Europa. O clube, porém, foi eliminado nas oitavas. Neymar seguirá o plano previsto pela equipe para tentar retornar ainda nesta temporada. A estimativa do clube é que ele volte a jogar em abril.
Em nota, o PSG informou que o tratamento no Qatar "estava previsto no protocolo inicial" de recuperação do jogador. Ele aconteceu dias após Neymar aparecer em vários eventos no Carnaval do Brasil. O atacante esteve em Salvador e no Rio de Janeiro durante a festa. O brasileiro passou 12 dias no Brasil. Antes, esteve em Barcelona para uma consulta médica.
O hospital em que esteve em Doha faz parte do ambicioso projeto do Qatar, país sem tradição no futebol, que receberá o Mundial de 2022.
A unidade é uma das poucas no mundo que conta com a chancela da Fifa e do COI (Comitê Olímpico Internacional). Em 2009, o Aspeta foi credenciado como centro médico de excelência da Fifa. Seis anos depois, o COI anunciou o hospital como centro de prevenção de lesões e proteção de saúde dos atletas.
Há três temporadas, o hospital também é parceiro do PSG, clube de Neymar e presidido por Nasser Al-Khelaifi. Atletas como o brasileiro Hulk e o marfinês Drogba já usaram a estrutura do hospital para voltar a jogar.
O Aspeta fica dentro do Aspire, concebido para ser o centro do esporte do país. O local é usado pelos jogadores da seleção nacional do Qatar.
Nos 10 últimos anos, o país gastou bilhões de dólares para tentar se transformar em grande nome no mundo do futebol.
Só a primeira parte do projeto do Aspire -encerrada em 2007- custou R$ 4,8 bilhões. O valor total gasto no centro não foi revelado.
Diretor-geral assistente da clínica, o médico Hakim Chalabi foi o responsável pelos exames de Neymar. Argelino tem mais de 20 anos de formação em medicina esportiva, já cuidou de Ronaldinho Gaúcho e foi médico do PSG em 2001 e 2002.