Final põe à prova experiência do Corinthians e juventude do São Paulo
O clássico volta a acontecer em uma final após 16 anos
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Esporte Clássico
Corinthians e São Paulo decidem neste domingo, às 16 horas, na arena alvinegra em Itaquera, o título do Campeonato Paulista. De um lado, corintianos acostumados a levantar taças. Do outro, são-paulinos que conseguiram estar no alto do pódio poucas vezes - quase meio time nunca deu uma volta olímpica em torneios profissionais.
O clássico volta a acontecer em uma final após 16 anos. Apesar de os técnicos não terem confirmado as escalações, a reportagem do Estado fez um levantamento dos troféus conquistados pelos atletas que devem ser titulares na decisão e a disparidade chama a atenção.
Somente as conquistas de Vagner Love, o maior vencedor do lado do Corinthians, quase dá o total de troféus dos 11 titulares do São Paulo. Com passagem vitoriosa pelo CSKA da Rússia, além de duas Copas Américas pela seleção brasileira e o Brasileiro de 2015 pelo Corinthians, o atacante tem 19 títulos. Somadas, as taças dos jogadores adversários deste domingo completam 21 ao total.
O meia Jadson é outro que eleva a média do Corinthians. Supercampeão pelo Shakhtar Donetsk, ele tem 18 troféus. Além disso, é um dos três atletas do time com a possibilidade de ser tricampeão consecutivo - Cássio e Fagner são os outros dois.
O goleiro corintiano, por sinal, terá a possibilidade de levantar a taça deste ano se tudo der certo para seu time em Itaquera. Na última sexta-feira, ele revelou que foi confirmado pelo técnico Fábio Carille como o capitão da partida. Cássio é o jogador do elenco com mais conquistas pelo clube: oito no total.
"Antes de pensar em levantar a taça, temos que ir em busca do título. Temos muito respeito pela equipe do São Paulo. Nosso foco é fazer um grande jogo e merecer a vitória em casa. Jogamos na frente da nossa torcida, mas precisamos fazer um grande jogo. Depois, a gente pensa (em comemorar o tri consecutivo), vamos tentar ser campeões em campo", comentou.
Dos jogadores do Corinthians que devem começar em campo, quem tem menos conquistas é o lateral-esquerdo Danilo Avelar, com apenas um troféu, a Copa da Alemanha de (2010/2011) pelo Schalke 04. O jogador disse em entrevista na sexta-feira que um dos motivos que o fez aceitar a proposta do time alvinegro no ano passado foi o histórico vencedor.
"Por todo ano ganhar, por isso vim para cá. Nada mais justo ter essa cobrança interna e externa, o clube se acostumou assim. Se estamos na final, merecemos, independentemente de como chegamos. E pelo respeito que a camisa impõe, independentemente das situações", afirmou.
PROFETA É EXCEÇÃO - No São Paulo, o volante Hernanes, que retornou de lesão no primeiro jogo da final, coleciona seis títulos na carreira e é o principal vencedor do time do Morumbi. Mas a aposta de Cuca e do auxiliar provisório, Vágner Mancini, o principal ingrediente que tirou o clube da crise e levou até a decisão está justamente em quem tem pouca experiência, casos, por exemplo, de Antony, Igor Gomes e Luan, titulares, além de Liziero, que foi relacionado para o jogo, mas pode ficar fora por lesão.
"É uma equipe, todos se blindam, se fortalecem. Não pense que os mais velhos têm menos temor que os mais novos. Isso que é o legal do futebol, e o bom é você passar por cima de tudo isso", opinou Cuca.
Além dos garotos, Arboleda, talvez principal referência do time em campo, e o volante Jucilei, que não teve presença confirmada, são os outros jogadores que nunca foram campeões no profissional.
Até mesmo entre os técnicos existe a diferença. Carille tem dois títulos, ambos pelo Corinthians. Cuca, nenhum e se ganhar neste domingo, garante não se sentir "tão campeão". "Eu sou o que menos merece a comemoração, porque o Mancini foi quem colocou esses meninos", disse o comandante são-paulino.