Ex-Balão Mágico comenta carreira como drag queen: 'Não me sinto mulher'
Criada na igreja evangélica, Gloria relembra com carinho os momentos em que cantou no local
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Fama Carreira
Mesmo fazendo sucesso como a drag queen Gloria Groove, o ator e cantor Daniel Garcia revelou que deixa seu lado feminino apenas para a arte. O cantor comparou a escolha do nome com o qual se apresentaria a outras cantoras como Anitta e Lady Gaga.
"Não me sinto mulher. Minha relação com Gloria Groove não representa um personagem, é 100% meu nome artístico. Daniel está para Gloria Groove assim como Larissa está para Anitta, Stefani para Lady Gaga. Me identifico como um menino, um rapaz. De dia estou por aí, de bermuda e camiseta", contou ela, em conversa com Luciana Gimenez para o programa que foi ao ar na terça-feira (29).
Gloria conta que a vida mudou após se encontrar na carreira. "Foi só com a chegada de drag [queen] na minha vida que eu descobri meu eu artístico, sabe. Até então eu era só um menino que cantava bem. Por ter a história de ser um jovem homossexual e isso ter me impedido de me enxergar enquanto uma superestrela, drag me tirou desse limbo e falou: 'vem cá, sua versão artística é essa aqui, vá lá fazê-la agora", compartilha.
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Criada na igreja evangélica, Gloria relembra com carinho os momentos em que cantou no local, até começar a se afastar naturalmente. “Apesar das dificuldades envolvidas em estar ali, debaixo dessa cobertura toda, sendo um jovem notoriamente gay, uma bichinha bem afeminada (risos), uma das coisas que levo com muito carinho são as referências musicais e os momentos, porque era uma coisa que emocionava, ter essa relação de família com a igreja, com os profissionais que cantam”, conta ela, que chegou a gravar um álbum gospel infantil aos nove anos.
Em fevereiro deste ano, a artista lançou seu single 'Bumbum de Ouro', que possui mais de 21 milhões de visualizações no Youtube. Sobre o feito, ela explica que decidiu se aventurar em outros ritmos, já que suas músicas anteriormente eram voltadas a outros estilos. “Ela [Bumbum de Ouro] foi um acontecimento na minha vida porque quando eu comecei, o pessoal me conhecia mais pelo recorte do hip hop, do rap, música rimada, que era uma coisa não muito comum no universo LGBT. É uma cultura muito dominada por homens. (…) Senti que estava pronta para explorar uma outra vertente”, diz.
Nascida em um família de músicos, Gloria já fez parte do grupo Balão Mágico e afirma que sua mãe - backing vocal da banda de pagode Raça Negra há mais de 20 anos - sempre a incentivou ao longo de sua trajetória e revela seu principal objetivo de vida: “Quero um dia chegar e falar: 'mamãe, deixa comigo agora. Pode parar de trabalhar", finalizou a artista.