Kendrick Lamar mostra que tem hits e presença de palco no Lollapalooza
Lamar encontrou uma das plateias mais devotas
© Reprodução / Instagram
Cultura Rapper
LUCAS BRÊDA (FOLHAPRESS) - Em muitos sentidos, Kendrick Lamar é uma novidade no Lollapalooza Brasil. Atração principal do último dia do festival, o rapper americano vive atualmente seu auge comercial, e vem ao país pela primeira vez em um show de grandes proporções. Em anos anteriores, o Lolla já teve como headliner outros rappers: Eminem, tocando sucessos do passado, e Pharrell, que é mais conhecido como produtor do que como rimador. É a primeira que o festival aposta tão alto no hip-hop contemporâneo.
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O relógio passava das 21h quando Lamar subiu ao palco para apresentação baseada no seu mais recente álbum, "Damn." (2017), recheado de hits. Os brasileiros cantaram sozinhos os versos de "Humble.", como sempre acontece nos shows dele. Também levantaram os celulares, iluminando o Autódromo em "Pride.".
Se não foi um dos shows mais lotados do Lolla 2019 (foram 76 mil presentes no domingo, menor público da edição), Lamar encontrou uma das plateias mais devotas. Antes de ele aparecer, o nome dele já era entoado. Houve até uma contagem regressiva para a entrada do rapper e não faltaram rodinhas perto do palco. Lamar é exímio rimador, tendo ganhado até um Pulitzer por sua obra (foi o primeiro artista de música pop a atingir o feito). Mas, em cima do palco, não são nem as histórias de personagens de Compton (cidade natal dele, na Califórnia, Estados Unidos) nem as reflexões dele que comovem o público. E o rapper sabe disso, montando um setlist que empilha hits e canções de refrões explosivos.
Do elogiado disco "To Pimp a Butterfly" (2015), em que atualiza o jazz e o funde com o hip-hop contemporâneo, Lamar tocou apenas duas faixas: a funkeada "King Kunta" e o hino do movimento negro "Alright". Os traps eletrônicos do álbum anterior, "Good Kid Mad City" (2012), casaram muito mais com a atual turnê -e com o clima de festa do Lolla. Mesmo tocando com banda, os graves não perdem potência.
Atualmente, Lamar é uma entidade da música e cultura negra. Não à toa este domingo (7) teve mais diversidade de público em relação aos outros dias e até outras edições do festival. Lamar fez jus à fama. Não fez o show universal que alguns poderiam esperar, mas mostrou que possui os hits e a presença de palco dos grandes. À frente de dezenas de milhares de brasileiros, ele passou no teste. O rapper não autorizou fotografias nem que seu show fosse televisionado, à exceção de todas as todas atrações do festival.