Ex-presidente da Braskem José Carlos Grubisich é preso em NY
Como presidente da Braskem, Grubisich teria ajudado a encobrir o esquema, falsificando os livros da empresa e assinando certificações falsas à reguladora do mercado de capitais nos EUA
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Justiça Preso
O ex-presidente da Braskem foi preso nesta quarta-feira em Nova York por acusações federais de corrupção, de acordo com uma autoridade norte-americana, informou a agência de notícias Reuters. José Carlos Grubisich foi acusado de conspiração por violar uma lei de corrupção estrangeira dos EUA e por conspiração para lavagem de dinheiro, de acordo com a fonte, que pediu anonimato porque não estava autorizada a discutir o caso publicamente.
Grubisich, que esteve no comando de outras empresas da Odebrecht, como a Atvos (ex-Odebrecht Agroindustrial), moveu processo contra o grupo, em recuperação judicial, contestando a negociação da companhia com bancos credores envolvendo garantias representadas por ações da Braskem.
Na Braskem esteve entre 2001 e 2008 e na Odebrecht Agroindustrial entre 2008 e 2013. Ele ainda ocupou vários cargos na construtora Odebrecht, principal acionista da companhia. Mais tarde, ele se tornou presidente-executivo da fabricante de celulose Eldorado Brasil, de onde ele saiu em 2017.
Na acusação, os promotores disseram que Grubisich e outros funcionários da Braskem e da Odebrecht participaram de uma conspiração para desviar cerca de US$ 250 milhões para um fundo secreto, que foi usado em parte para subornar funcionários. O esquema teria ocorrido entre 2002 e 2014, de acordo com o indiciamento.
Como presidente da Braskem, Grubisich teria ajudado a encobrir o esquema, falsificando os livros da empresa e assinando certificações falsas à reguladora do mercado de capitais nos EUA, SEC, disseram os promotores.
Os promotores disseram ainda, no processo judicial, que Grubisich não deveria ser libertado sob fiança porque ele apresenta alto risco de fugir dos EUA.
Braskem e Odebrecht concordaram em 2016 em pagar um total combinado de 3,5 bilhões de dólares em um acordo com autoridades dos EUA, Brasil e Suíça para resolverem as acusações de suborno.
O Departamento de Justiça dos EUA disse na época que cerca de US$ 2,6 bilhões viriam da Odebrecht e US$ 957 milhões da Braskem, e que a maior parte do dinheiro seria destinado ao Brasil.
Tanto a Braskem quanto a Odebrecht se declararam culpadas de acusações criminais norte-americanas como parte do acordo, que emergiu da operação Lava Jato.
Grubisich é detentor de cerca de R$ 68 milhões em créditos decorrentes de opção de compra de ações da Odbinv, onde tinha participação, e que foram exercidas e não pagas pela Odebrecht integralmente.