Pior que ataque a STF é falta de projeto educacional, diz Barroso
Barroso disse acreditar que o país vive “período de instabilidade institucional”, mas que manifestações pedindo intervenção das Forças Armadas no Congresso ou no Supremo “acendem o sinal de alerta”.
© Nelson Jr./ SCO/ STF
Justiça STF
Recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, também integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (26) que mais grave do que ataques sofridos pelos tribunais é o país não ter um projeto educacional adequado.
Barroso deu a declaração durante uma entrevista coletiva por videoconferência após ter assumido a presidência do TSE. Ele foi questionado sobre comentários do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que no vídeo de reunião cogitou a prisão de ministros do STF.
“O vídeo fala por si só e eu não gostaria de comentá-lo. Não é tema específico para um juiz se pronunciar. Porém, pensando do ponto de vista institucional, eu considero que mais grave do que o ataque ao Supremo é o país que não tem projeto adequado para a educação”, disse Barroso.Após a divulgação do vídeo, feita por determinação do ministro do STF Celso de Mello, Weintraub disse ter havido uma tentativa de deturpar sua fala para desestabilizar a nação.
Nesta terça-feira (26), Barroso disse acreditar que o país vive “período de instabilidade institucional”, mas que manifestações pedindo intervenção das Forças Armadas no Congresso ou no Supremo “acendem o sinal de alerta”.
“Acho que vivemos um momento em que é preciso atenção e renovação de nossas crenças em nossos valores democráticos, e de enfatizar o papel digno e importantíssimo e constitucional das Forças Armadas”, disse o ministro.
Na videoconferência, Barroso foi questionado também sobre o julgamento de ações que tramitam no TSE contra a chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice, Hamilton Mourão. O ministro disse que algumas dessas ações devem ser julgadas nas próximas semanas, por já terem sido liberadas e estarem na fila do plenário.
“A regra geral é seguirmos a ordem cronológica dos pedidos de liberação pelos relatores”, disse Barroso.
Com informação: Agência Brasil