Após pedido na lista da Interpol, defesa diz que Struck vai se entregar
Segundo a Procuradoria, a medida é uma estratégia para impedir que Iohan deixe o País
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Justiça Interpol
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou, nesta segunda-feira, 21, que pediu a inclusão do ex-subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde da capital federal, Iohan Andrade Struck, na lista de difusão vermelha da Interpol.
Segundo a Procuradoria, a medida é uma estratégia para impedir que Iohan deixe o País. Ele é o único foragido entre os sete alvos da Operação Falso Negativo, que investiga suspeitas de superfaturamento e fraudes na compra de testes rápidos de covid-19 na gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), e teve o mandado de prisão expedido há quase um mês.
O advogado Alexandre Adjafre, que defende Struck, informou que o ex-subsecretário estava cumprindo isolamento social após apresentar sintomas do novo coronavírus. O resultado do teste deu negativo para covid-19. Nesse meio tempo, a defesa apresentou um pedido de revogação da ordem de prisão e aguardava o parecer da Justiça, que ainda não apreciou o requerimento. Diante do quadro, o advogado de Struck afirmou que ele vai se apresentar às autoridades nos próximos dias.
"Ele vai se apresentar para prestar todos os esclarecimentos necessários à Justiça, ao Ministério Público e à sociedade brasiliense. Não só sobre como, efetivamente, todos os procedimentos aconteceram dentro da legalidade, mas especialmente para demonstrar a sua total inocência quantos aos fatos relatados na denúncia", informou o advogado.
A Operação Falso Negativo prendeu preventivamente o chefe da Secretaria de Saúde, Francisco Araújo, e outros quatro integrantes da cúpula da pasta suspeitos pelo desvio de cerca de R$ 18 milhões destinados ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal. São eles:
Eduardo Pojo do Rego, ex-secretário adjunto de Gestão em Saúde;
Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde;
Eduardo Hage, ex-subsecretário de Vigilância de Saúde;
Ramon Santana Lopes Azevedo, ex-assessor especial do secretário de Saúde;
Jorge Chamon, ex-diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen).
Após a operação, o grupo foi exonerado dos cargos pelo governador. A denúncia apresentada pelo Ministério Público imputa aos ex-servidores os crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO ALEXANDRE ADJAFRE
A reportagem entrou em contato com o advogado Alexandre Adjafre, defensor de Iohan Andrade Struck, que informou que o ex-subsecretário vai se apresentar para "prestar todos os esclarecimentos necessários à Justiça, ao Ministério Público e à sociedade brasiliense".
"Não só sobre como, efetivamente, todos os procedimentos aconteceram dentro da legalidade, mas especialmente para demonstrar a sua total inocência quantos aos fatos relatados na denúncia", disse o advogado.