Meteorologia

  • 23 NOVEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Comando da PM admite redução do Bope depois de transferir 60 policiais

Segundo a corporação, a reestruturação do BOPE estava prevista pelo Comado da Corporação alinhado com a Coordenadoria de Operações Especiais

Comando da PM admite redução do Bope depois de transferir 60 policiais
Notícias ao Minuto Brasil

21:03 - 28/12/15 por Notícias Ao Minuto

Justiça Reestruturação

Depois de transferir 60 PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para outros batalhões — no último dia 15, quatro dias após seis PMs da unidade de elite serem presos na operação Black Evil, acusados de vazar informações sobre ações a traficantes —, o comando da Polícia Militar agora admite estar reestruturando a unidade. Em nota enviada à imprensa, a corporação informa que a reorganização do Bope será feita por meio da “redução de seu efetivo, da redefinição das operações especiais e de sua aplicação estratégica”.

Leia a nota da PM:

O Comando da Polícia Militar informa que está reestruturando o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) para torná-lo mais dinâmico e eficiente. A reorganização desta Unidade de Elite da PM será feita através da redução de seu efetivo, da redefinição das operações especiais e de sua aplicação estratégica. Nessa primeira fase da reforma, o Comando do BOPE definiu quais policiais seriam transferidos e esse grupo vai trabalhar em Batalhões com carência de efetivo e mais próximos de suas residências.

A operação Black Evil, realizada pela Corregedoria Interna da PM e pelo Comando do BOPE na semana passada, colaborou para o início deste processo. Contudo, os policiais movimentados nesta reorganização nada tem a ver com aquela operação. Os cinco policiais do BOPE envolvidos naquela denúncia estão devidamente presos.

A reestruturação do BOPE estava prevista pelo Comado da Corporação alinhado com a Coordenadoria de Operações Especiais - COE. O Comando da PM ressalta a confiança total no BOPE, Unidade de Elite da Corporação que, em 2015, através de suas operações, prendeu e retirou de circulação as principais lideranças do tráfico no Rio de Janeiro.

A PM afirma que a operação Black Evil colaborou para o início deste processo, mas acrescenta que a reestruturação já era prevista. A corporação ressalta que as transferências não ocorreram por fatores relacionados à operação: “os policiais movimentados nesta reorganização nada tem a ver com aquela operação. Os cinco policiais do Bope envolvidos naquela denúncia estão devidamente presos”.

A operação Black Evil cumpriu mandados de prisão preventiva contra policiais acusados de corrupção passiva, além de 15 mandados de busca e apreensão. Segundo a denúncia do MP à Justiça, entre os meses de agosto e dezembro deste ano eles receberam propina de traficantes de várias comunidades do Rio e da Baixada em troca de informações sobre operações do Bope. Eles também negociavam com traficantes armas apreendidas em outras ações do batalhão.

A operação é resultado de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público; da Coordenadoria de Inteligência da PM e da Corregedoria Interna da PM. Os mandados foram expedidos contra os policiais Maicon Ricardo Alves da Costa, o Preto 1; André Silva de Oliveira, o Preto 2; Raphael Canthé dos Santos, o Preto 3 e Rodrigo Meleipe Vermelho Reis. O PM Silvestre André da Silva Felizardo, o Corintians, é ex-integrante do Bope e atualmente está lotado no 15º BPM (Duque de Caxias), na Baixada Fluminense.

A denúncia acusa os PMs de terem recebido semanalmente propina de traficantes de uma facção criminosa em troca de informações sobre operações realizadas pelo Bope nas comunidades Faz quem Quer, em Rocha Miranda; Covanca, Jordão e Barão, em Jacarepaguá; Antares, em Santa Cruz; Vila Ideal e Lixão, em Duque de Caxias; Complexo do Lins, no Méier, e Complexo do Chapadão, em Costa Barros. As atividades policiais eram monitoradas 24 horas, durante todos os dias da semana, e vazadas detalhadamente aos criminosos. Os valores recebidos pelos policiais variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade.

Além de promotores de Justiça do Gaeco, participaram da investigação os agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, da Inteligência e da Corregedoria da PMERJ e ainda o próprio comandante do Bope.

Campo obrigatório