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Mãe de menino de 3 anos morto em SP é indiciada por homicídio qualificado

A mulher foi indiciada em flagrante por homicídio qualificado, por meio cruel

Mãe de menino de 3 anos morto em SP é indiciada por homicídio qualificado
Notícias ao Minuto Brasil

14:45 - 11/05/21 por Folhapress

Justiça CRIANÇA-SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A mãe do menino de 3 anos morto após ser encontrado inconsciente foi indiciada em flagrante por homicídio qualificado, por meio cruel, na madrugada desta terça-feira (11), pela Polícia Civil. O crime ocorreu na manhã do dia anterior no apartamento em que a família morava, na Bela Vista, região central de São Paulo.

A mulher, que foi encaminhada ao Hospital do Mandaqui, na zona norte, após ser encontrada no chuveiro do banheiro de casa, se negou a comentar o caso à polícia na presença de um advogado. O defensor não assumiu o caso, mas solicitou durante a madrugada o relaxamento da prisão ou internação compulsória da mulher. Ambos os pedidos foram negados.

O defensor Fabio Costa assumiu o caso pela manhã e afirmou à reportagem, no início da tarde, que sua cliente teve "um surto psicótico" e que não se lembra de detalhes do que aconteceu no apartamento.

Após indiciar a mãe do garoto, a delegada Camilla Safe Maier Hage, da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, havia solicitado à Justiça a prisão preventiva da mulher, ou seja, por tempo indeterminado. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) não havia confirmado se a audiência de custódia, que analisaria o pedido da policial, já havia sido concluída até a publicação desta reportagem.

Segundo registrado pela Delegacia de Defesa da Mulher, o garoto foi levado já sem vida ao pronto-socorro da Santa Casa. Socorristas tentaram reanimar o menino, desde o apartamento até a unidade de saúde, por mais de meia hora. O corpo da criança apresentava marcas de agressões, segundo a polícia. Um anel da mãe foi apreendido.

Fotos e vídeos feitos pelo IML (Instituto Médico Legal), encaminhados à polícia, indicam marcas de agressão na região da testa do menino, compatíveis com o formato do anel apreendido. "Saliente-se que os elementos de prova colhidos no local dos fatos e no cadáver da vítima chamam a atenção pelo fato de indicarem possíveis maus tratos pelos quais a criança poderia vir sofrendo", diz trecho do boletim de ocorrência.

Após a criança ser levada ao hospital, a mãe do menino se trancou no banheiro do apartamento, onde teria ingerido produtos de limpeza, conforme registrado pela Polícia Civil. Por isso, antes de ser presa, ela foi levada ao pronto-socorro do hospital do Mandaqui. O laudo de atendimento da unidade de saúde afirma que, durante sua permanência no hospital, a mãe da vítima "não demonstrou afeto sobre a possível agressão ao filho".

Além disso, a mulher estava com marcas em ambos os braços, "que sugerem que seu filho, ao ser por ela agredido, tentou defender-se", diz documento da polícia, acrescentando que as duas mãos da suspeita estavam vermelhas e inchadas, "patenteando que as agressões partiram dela, sendo desferidas em direção principalmente à região da cabeça do seu filho, inclusive marcando-o com o anel por ela utilizado."

FIM DE SEMANA COM O PAI

O menino morto nesta segunda-feira passou seu último fim de semana na companhia do pai, um motorista de 35 anos, separado da mãe desde que a criança tinha seis meses.

À polícia o homem afirmou ter visto o filho pessoalmente somente três vezes, por causa da pandemia da Covid-19, entre dezembro do ano passado e este último fim de semana, quando ficou com a criança de sexta-feira (7) até por volta das 13h30 de domingo (9), um dia antes do crime, quando entregou o menino à mãe.

Em seu depoimento, o motorista afirmou que a suspeita "sempre pareceu ser uma mãe preocupada", respondendo de imediato mensagens enviadas pelo pai perguntando sobre a criança.

Porém, há cerca de um mês, o comportamento da mulher teria mudado, pelo fato de ela demorar até um dia para dar retornos sobre o garoto, ainda segundo o ex-companheiro. O motorista foi informado sobre a morte do filho por telefone.

Quando policiais foram ao apartamento, após a morte da criança ser confirmada no hospital, constataram que o quarto do menino não tinha cama nem brinquedos, somente um colchão no chão.

Uma sacola, com todos os brinquedos do menino, foi encontrada na área de serviço da casa.

Indagada sobre isso, a tia-avó da vítima afirmou que o menino não dormia no quarto e não soube explicar o motivo para os brinquedos estarem todos em uma sacola plástica.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que a mãe da criança foi encaminhada à carceragem do 89º DP (Pontal do Morumbi), onde aguardava o resultado da audiência de custódia da Justiça.

"A autoridade policial aguarda o resultado dos laudos periciais, que estão em elaboração, e trabalha para esclarecer todas as circunstâncias da morte da criança", diz trecho de nota.

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