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Polícia apura agressões sofridas por estudantes da Unesp em república

Nas redes sociais, sem explicar o que deu início às agressões, eles acusaram os policiais de terem agido com violência de forma "covarde" e "gratuita"

Polícia apura agressões sofridas por estudantes da Unesp em república
Notícias ao Minuto Brasil

19:55 - 17/05/16 por Folhapress

Justiça Bauru

A polícia abriu um inquérito para investigar as agressões sofridas por estudantes da Unesp de Bauru (a 329 km de São Paulo) dentro de uma república estudantil da cidade durante uma abordagem da PM ao local, no domingo (15).

A ação da polícia ocorreu por volta das 23h, após vizinhos da república reclamarem do som alto. No local, os estudantes faziam um churrasco.

Nas redes sociais, sem explicar o que deu início às agressões, eles acusaram os policiais de terem agido com violência de forma "covarde" e "gratuita".

Em nota, a corporação afirmou que os estudantes se recusaram a abaixar o volume da música e ofenderam os PMs, chamando-os de "fascistas". Um dos estudantes chegou a atirar um copo de cerveja contra um policial, ainda segundo a corporação. A polícia também afirmou que, após resistência de um deles à voz de prisão, um grupo partiu para cima dos policiais, que tiveram de chamar reforço.

No Facebook, o estudante Michael Barbosa publicou sua versão da ação: "O primeiro policial, num estado de ânimo e exaltação inacreditável, esgoelava: 'Eu quero aquele moleque!, hoje vocês vão conhecer a Polícia Militar do Estado de São Paulo!' Enquanto eu e outros amigos tentávamos argumentar, vi uma menina amiga nossa ser agredida com o cassetete por um dos PMs. Perguntei se era hábito deles a covardia e a agressão gratuita a mulheres. Tomei o primeiro soco, na cabeça".

Segundo ele, o churrasco começou por volta das 16h e chegou a contar, no ápice, com 30 pessoas. A PM diz que 50 pessoas estavam no local, realizando uma festa.

O estudante afirma que, depois da confusão inicial, os policiais invadiram a república e agrediram os estudantes com gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas.

"Dois entraram na minha cola, me derrubaram já dentro de casa contra o portão da garagem, e então o espancamento. Uma porrada com cassetete no braço esquerdo e outra no ombro direito, um chute na coxa, mais tantas porradas que eu não sabia de onde estavam vindo e nem onde estavam pegando. Me encolhi no chão em posição fetal tentando proteger o estômago enquanto me mandavam deitar com o rosto no chão", descreve o estudante.

A reportagem tentou contato com o estudante pelo Facebook, mas não obteve resposta. Fotos das marcas de agressão aos estudantes foram divulgadas pelas redes sociais.

"FORÇA MODERADA"

A PM afirmou, em nota, que usou "força moderada" para conter os estudantes que entraram em "luta corporal" com os policiais e que um deles tentou pegar uma espingarda calibre 12 carregada com bala de borracha. "Diante do iminente risco de ser retirada a arma de sua posse, [o PM] efetuou um disparo, que veio a atingir a canela de um dos estudantes", diz o comunicado.

Segundo a polícia, quatro estudantes foram presos sob suspeita de desacato, desobediência, resistência e perturbação do sossego público.A PM também não confirmou se os PMs chegaram a entrar no imóvel onde se localiza a república.

A Unesp divulgou uma nota nesta segunda-feira (16) em que afirma que irá apurar as responsabilidades no caso. Disse também repudiar "qualquer tipo de ação que estimule a discriminação, a violência e sentimentos de ódio realizadas por pessoas ligadas ou não à instituição".

"Atitudes desse tipo vão contra os princípios básicos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da convivência democrática", afirma a instituição. Com informações da Folhapress.

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