Polícia irá investigar se criança morta por PMs atirou enquanto dirigia
Em entrevista coletiva no fim da tarde desta sexta-feira (3), a diretora do DHPP, Elisabete Sato, disse ainda não ter elementos pra afirmar se houve "isso ou aquilo"
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Justiça São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo investiga a versão de que o menino de dez anos morto nesta quinta-feira (2) por policiais tenha sido baleado após atirar de dentro do carro roubado em movimento. Os investigadores pretendem fazer uma reconstituição. A polícia vai oferecer às famílias o programa de proteção à testemunha do governo estadual.
Em entrevista coletiva no fim da tarde desta sexta-feira (3), a diretora do DHPP, Elisabete Sato, disse ainda não ter elementos pra afirmar se houve "isso ou aquilo". "Neste início, nada é descartado", disse ela, ao ser questionada sobre a dinâmica do caso.
A versão consta no depoimento dos dois policiais militares que atuaram no caso. Em depoimento prestado na madrugada, o menino de 11 anos que também estava no veículo teria confirmado que o colega realizou dois disparos enquanto dirigia o carro e um terceiro após bater.
O mesmo menino foi chamado pra ser ouvido novamente na tarde desta sexta. Até as 19h, ele continuaria prestando depoimento ao lado da mãe. Sato não detalhou sobre as informações desse novo depoimento.
"Todas as dúvidas que vocês têm nós também temos. Isso vai ser dirimido a partir das perícias e reconstituição", disse a delegada, reafirmando ainda que o órgão não protege nenhuma instituição. "Vamos apurar todas as dúvidas".
Exames residuográfico (sobre presença de pólvora na mão) e necroscópico já foram pedidos. A delegada contou que o garoto morto estava com uma luva de motoqueiro na mão direita. A arma, um revólver de calibre 38, supostamente encontrado com os garotos, teria sido roubada em Jundiaí em 19 de abril de 2015.
Segundo o relato dos policiais, três cápsulas estavam deflagradas e outras três estavam na arma.
Os dois meninos já tiveram ao menos três ocorrências de roubo neste ano. Nos três registros policiais, eles não portavam armas. Foram um roubo a uma bicicleta no parque do Ibirapuera, em janeiro, e furtos em um hotel, em abril, e a um condomínio. Este último no dia 28 de maio, quando eles quebraram o vidro de um veículo.
OUTRAS OCORRÊNCIAS
31.jan.2016
Os dois foram pegos tentando furtar bicicletas no parque Ibirapuera, com mais um colega de 11 anos. Não souberam informar contatos dos familiares, e guardas municipais foram encarregados de levá-los a um abrigo determinado pelo Conselho Tutelar
22.abr. 2016
Eles entraram em um hotel na zona sul de SP, reviraram quartos vazios e roubaram dinheiro, um celular, fritadeira, relógio, óculos de sol e três chapéus. Foram flagrados por um hóspede no corredor e levados pelo Conselho Tutelar
28.mai.2016
Também na zona sul, invadiram um condomínio, danificaram um carro, entraram em dois apartamentos e tentaram roubar um celular, mas uma moradora os viu. Foram novamente levados pelo Conselho Tutelar
PRISÕES DOS PAIS
Cintia Ferreira Francelino (mãe do menino morto)
nov.2006: flagrante por tentativa de furto
out.2007: flagrante por tentativa de furto
dez.2007: flagrante por roubo
set.2011: flagrante por furto
dez.2014: procurada e capturada
dez.2015: procurada e capturada
Fernando de Jesus Siqueira (pai do menino morto)
ago.2009: flagrante por tráfico de entorpecente
jan.2013: flagrante por tráfico de entorpecente e corrupção ativa
Mãe do menino de 11 anos que sobreviveu
Não possui nenhum registro
Com informações da Folhapress.