Mulher é agredida após filmar homens em vagão exclusivo para mulheres
O homem, que tentou fugir assim que a composição abriu as portas, na Estação General Osório, em Ipanema, foi levado por agentes do metrô até a 14ª DP (Leblon)
© DR
Justiça Metrô
Inconformada com a falta de fiscalização, a locutora e violinista Cláudia Barcellos, de 51 anos, começou a filmar e fotografar homens que usam os carros exclusivos para mulheres no Metrô Rio.
A Lei do Vagão, em vigor desde 2006, e também válida para trens, proíbe o embarque de homens nos carros exclusivos, nos dias úteis das 6h às 9h e das 17h às 20h.
Na noite de quarta-feira (5), Cláudia foi agredida por um dos passageiros que estavam no vagão das mulheres, quando fazia uma filmagem com seu 'smartphone'. Segundo ela, um homem de aproximadamente 50 anos deu um tapa em seu braço, derrubando o aparelho. Em seguida, o agressou bateu novo no braço da locutora, derrubando mais uma vez o celular.
Diante da agressão, mulheres presentes no vagão saíram em defesa da vítima, chamando a atenção de seguranças da concessionária.
Segundo informações do Globo, o homem, que tentou fugir assim que a composição abriu as portas, na Estação General Osório, em Ipanema, foi levado por agentes do metrô até a 14ª DP (Leblon). Ele, que não teve o nome divulgado pela polícia, prestou depoimento e foi liberado.
"É uma lei só para inglês ver. Não há fiscalização e nem mesmo um esforço do metrô para informar aos homens que não podem entrar. Cabe a nós, mulheres, zelar para que a lei seja cumprida. É isso que eu faço todos os dias. Já fui muito xingada e já levei até carteirada de um procurador dia destes, mas agredida foi a primeira vez", contou Cláudia, que havia embarcado na Estação Carioca e seguia para casa, na Zona Sul.
Em resposta, a concessionária Metrô Rio informou que "um dos agentes de segurança interveio e conteve o agressor, até a chegada da polícia”. Acrescentou que “não tolera esse tipo de atitude e se solidariza com a vítima”, tendo se colocado “à disposição das autoridades policiais para ajudar a esclarecer o caso”. O Metrô Rio disse ainda que cumpre a legislação, oferecendo o vagão exclusivo para as mulheres, "entretanto, a lei não confere poderes aos agentes de segurança para que eles retirem um homem do carro feminino”.
De acordo com um relatório da Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), em junho, foi constatada a “presença masculina” em 9,58% dos vagões inspecionados no metrô. Nos trens da SuperVia, o índice chegou a 60,2%.
Leia também: Assaltante engole 22 peças após roubo a joalheria no interior de MG