Tráfico com cara de milícia comanda a Favela da Rocinha
Comerciantes estão sendo obrigados a comprar água e carvão de um só distribuidor
© Reuters
Justiça Rocinha
Bandidos da Rocinha, a maior favela do Brasil, ameaçam comerciantes e determinam uma nova regra: donos de estabelecimentos como bares e mercados foram proibidos de comprar água mineral e carvão de seus fornecedores habituais. Com esta imposição, os estabelecimentos são forçados a adquirir os produtos para revenda num único ponto no morro: na parte baixa da favela, na calçada no Largo do Boiadeiro.
Segundo O Globo, os caminhões de abastecimento estão sendo barrados nos acessos à Rocinha há cerca de dez dias, tanto pela Gávea quanto por São Conrado. Apesar da presença de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o monopólio vai sendo estabelecido.
"Nossa preocupação é que, daqui a pouco, façam a mesma coisa com arroz, feijão, frutas, verduras, bebidas, cigarro... Meninos passaram de loja em loja avisando que os caminhões de entrega de água e carvão não poderiam mais entrar na comunidade. E deram um papel do lugar onde a gente poderia comprar. Isso é um abuso. Estou desesperado, perdendo clientes. Não vou comprar de quem está me obrigando, e ainda é muito mais caro", declara o comerciante X., instalado na Rocinha há algumas décadas.
A Polícia Civil informou por nota que existe uma investigação em andamento que, segundo o órgão, já está bem adiantada e conta com a identificação de dois criminosos. “No momento, não é possível divulgar mais informações para não prejudicar as diligências em curso”, diz a nota da Polícia Civil.
Leia também: Pai vai à polícia após encontrar camisinha usada dentro do carro