Jovem é achada morta horas após denunciar assédio de professor
Formada em direito, Ariadne Wojcik publicou um extenso texto no Facebook revelando as ameaças que sofria de um professor da UnB
© Reprodução / Facebook / Ariadne Wojcik
Justiça Assustador
Agentes da polícia e dos Bombeiros encontraram na tarde desta quarta-feira (9), na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, um corpo que pode ser de Ariadne Wojcik, jovem de 25 anos, formada em direito pela Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o Metropoles, as buscas começaram a pedido da família da moça. Uma bolsa com os documentos de Ariadne estava ao lado do corpo, mas só a perícia da Polícia Civil pode confirmar a identidade.
O mais intrigante do caso é que horas antes de o corpo ser encontrado, Ariadne publicou um texto no Facebook, assustando parentes e amigos, no qual denuncia um ex-professor dela da UnB, que também seria procurador no Distrito Federal.
Ela classifica o professor no texto como uma pessoa dona de uma “mente brilhantemente psicopática e narcisista determinada”. A vítima relata como o drama da vida dela começou, logo após ela iniciar um estágio no escritório do professor, em Brasília. O então chefe teria assediado a moça inúmeras vezes. Além disso, ele também passou a monitorar os passos dela.
“Ele sabia a hora que eu pisava em casa, sabia as expressões que eu só usava com meus melhores amigos nas conversas de WhatsApp, sabia onde eu morava, sabia que eu tinha adotado um cachorro, sabia tudo”, diz um trecho.
Quando se viu encurralada, Ariadna conta que decidiu se mudar para Cuiabá. Mas mesmo assim, afastada, o chefe voltou a procurá-la.
No fim do texto, a advogada diz que “desistiu de tudo” e ainda pede “perdão” à família e aos amigos.
“Que na próxima reencarnação eu possa fazer uso de todo aprendizado que tudo isso me trouxe, mesmo com tanta dor e sofrimento. Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe”, finalizou Ariadna, deixando em aberto a hipótese de suicídio e homicídio.
A família está em choque. O caso é investigado pela Delegacia Municipal da Chapada dos Guimarães.
O OUTRO LADO
O professor da Universidade de Brasília negou as acusações da jovem e disse que, de acordo com os amigos, ela enfrentava problemas psiquiátricos. Ele também diz, de acordo com o Correio Braziliense, que um documento que provaria sua inocência já havia sido elaborado de uma possível acusação. Ele entregaria à reitoria para não prejudicar a carreira da moça.
Ainda de acordo com o Correio Braziliense, o professor Rafael Santos afirmou que não tinha contato com a jovem desde agosto.
"Em uma mensagem, ela disse que eu deveria desinstalar a câmera que eu teria colocado na casa dela. Mas isso não existiu. Eu não instalei câmera nenhuma e disse isso a ela", informou o advogado, ressaltando que tudo não passava de "coisa da cabeça dela".
Questionado sobre ter um relacionamento com a jovem, ele disse que preferia não comentar o assunto.
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