Oito líderes do massacre em Roraima têm 28 condenações definitivas
A remoção do bando aguarda sinal verde do Ministério da Justiça
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Justiça Penitenciária
Os oito integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) identificados pelas autoridades de Roraima como responsáveis por liderar o massacre de 33 presos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, em Boa Vista, sexta-feira, 6, já foram condenados, juntos, em 28 processos criminais. Somente na ação relacionada à Operação Weak Link, deflagrada em 2014, que mapeou a atuação da facção no Estado, as lideranças foram condenadas, em dezembro do ano passado, a 71 anos de prisão por formação de organização criminosa.
Os oito integrantes da facção tiveram a transferência para presídios federais solicitada pelo governo de Roraima - Adeilson Eliotério dos Santos, vulgo Pato, Janielson Correa Lobato (Gago), Denis Lima Pereira da Cruz, (Peteca), Anderson Monteiro Alves (Gury), Antônio Cláudio da Silva Melo (Tomate), Manoel Morais (Manelão), Douglas Pereira Casusa (Dheizon) e Osvaldo da Anunciação, o Picolé.
A remoção do bando aguarda sinal verde do Ministério da Justiça.
Um dos principais nomes da lista é Adenilson Eliotério dos Santos, o Pato. Além de duas condenações definitivas na Justiça, o integrante do PCC foi condenado na Weak Link a oito anos e dois meses de prisão por organização criminosa. Pato é taxado como responsável pela transmissão de informações e criação de normativas e procedimentos para integrantes da facção que estão dentro e fora do sistema prisional no Estado.
Flagrado em interceptações telefônica da Weak Link, Anderson Monteiro, o Gury, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por, segundo a Justiça de Roraima, ser o 'caixa do sistema', responsável pela arrecadação e movimentação dos valores arrecadados com integrantes do PCC em todo o Estado. Gury já foi condenado em outros três processos por tráfico de drogas e receptação.
Enquanto Gury cuidava das finanças do PCC, Douglas Pereira, o Dheizon, é apontado pela Justiça como responsável pelo controle financeiro e pela movimentação bancária proveniente da arrecadação da facção na Monte Cristo. O posto na facção é chamado de 'caixa da unidade'. Dheizon foi condenado a oito anos e dez meses na operação e já tem contra si outras duas sentenças definitivas por roubo.
Sobre Osvaldo da Anunciação, o Picolé, a Justiça de Roraima afirma que as circunstâncias em que os crimes foram praticados por ele 'demonstram sua ousadia' uma vez que foram praticados dentro do presídio e que a facção da qual faz parte 'aterroriza a sociedade e desestabiliza os órgãos de segurança'.
Uma interceptação da Weak Link mostra o 'batismo' de Picolé no PCC. Ele foi condenado a oito anos e dois meses por conta da investigação do Ministério Público. Já havia sido condenado por estupro e homicídio.
Soldados - Na sentença da Weak Link, a Justiça condenou quatro lideranças do massacre na Monte Cristo que são apontados como 'soldados' do PCC em Roraima. Segundo os investigadores, Manelão atua na execução de ordens oriundas das lideranças e é apontado como um criminoso de personalidade 'deturpada' e 'péssima índole'. Possui contra si outras quatro condenações e foi condenado a nove anos e quatro meses na Weak Link.
Apelidado de "Gago", Janielson Corrêa foi condenado a oito anos e dez meses na Weak Link, mas já possui contra si outras duas sentenças definitivas. É apontado pelos investigadores como um 'soldado' do PCC na Monte Cristo.
Denis Lima, o Peteca, foi condenado a nove anos e quatro meses de regime fechado, mas já tinha contra si outras 3 condenações definitivas. È apontado como integrante com 'posição importante' na facção.
Antonio Cláudio Silva, o Tomate, é classificado como integrante efetivo do PCC e definido como 'soldado' cuja função seria a execução de comandos enviados pela facção. Além da condenação de nove anos e quatro meses na Weak Link, Tomate já conta quatro sentenças condenatórias definitivas por extorsão e roubo.