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Gravação flagra presos negociando paz na cadeia com autoridades do AM

Planos de líder da FDN era eleger políticos comprometidos com os interesses da facção criminosa

Gravação flagra presos negociando paz
na cadeia com autoridades do AM
Notícias ao Minuto Brasil

05:43 - 16/01/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça Investigação

Gravações telefônicas divulgadas nesse domingo (15) mostram conversas entre o líder da facção criminosa Família do Norte (FDN), José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, e autoridades do estado do Amazonas, entre elas o então subsecretário de Justiça, major Carliomar Barros Brandão.

Segundo o Fantástico, a conversa aconteceu em outubro de 2014, entre o primeiro e o segundo turno das eleições para governador. Teriam sido pelo menos três ligações para tratar sobre o mesmo tema: paz na cadeia em troca de apoio político.

O objetivo da conversa, por parte do líder da FDN, de acordo com investigações da Polícia Federal, era traçar um plano futuro, de olho nas eleições de 2016, quando elegeriam prefeitos e vereadores comprometidos com os interesses da facção criminosa.

“Nós tem tudo, nós tem dinheiro, nós tem arma, tem tudo. Se mexer com nós, se mexer com nossa família, nós vai mexer. Que ele prenda nós lá fora com droga, a polícia prendeu com droga eu não to nem vendo. Mas que não venha pertubar nós”, ameaça Zé Roberto da Compensa, em um trecho da conversa. 

Ao que o major Carliomar reforça: “O que ele quer é sempre a paz na cadeia.”

O Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM), foi palco do massacre que deixou 56 mortos, durante uma rebelião que durou 17 horas e que teria sido ordenada pelo próprio Zé Roberto, no início de janeiro. 

De acordo com as investigações, a causa das rebeliões e mortes é uma guerra entre a facção de Zé Roberto, a FDN, que controla o crime no Amazonas, e um grupo rival, o PCC, das cadeias da região Sudeste. 

Em nota, a assessoria de imprensa do governo do Amazonas diz que “em hipótese alguma compactuou com qualquer organização ilícita” e se disse vítima de 'ataques' de 'opositores e oportunistas'.

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