Justiça condena agentes acusados de receber propina em mega-assalto
Os policiais foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Corregedoria da Polícia Civil
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Justiça Quadrilha
A Justiça condenou a dez anos de prisão em regime fechado cinco investigadores da Polícia Civil de Campinas, acusados de receber propina para acobertar a quadrilha responsável pelo mega-assalto à empresa de valores Protege, em março de 2016. Em decisão divulgada nesta terça-feira, 31, a Justiça acatou a denúncia contra os agentes pelos crimes de corrupção, coação e formação de quadrilha. Eles também perderam os cargos públicos. Advogados dos condenados vão entrar com recursos.
Os policiais foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Corregedoria da Polícia Civil. Escutas telefônicas revelaram que os investigadores, lotados no 2º Distrito Policial, fizeram "vista grossa" durante a investigação do assalto para proteger criminosos em troca de propina.
Na casa de um deles, a operação apreendeu R$ 410 mil em cédulas que estavam sob a guarda da empresa de valores. Três advogados que intermediaram a negociação e um homem que foi extorquido pelos policiais também foram condenados a penas menores que serão cumpridas em regime aberto.
Na madrugada do assalto, os criminosos bloquearam as vias de acesso incendiando caminhões e explodiram a sede da Protege, no bairro São Bernardo. Enquanto um grupo fazia disparos com fuzis para manter a polícia à distância, outro carregava os malotes com dinheiro. Em todo o entorno, prédios, casas e veículos foram alvejados. O valor oficial do roubo, que teria chegado a R$ 50 milhões, nunca foi confirmado.