Polícia apreende 5 armas e 9,2 mil munições na rota Paraguai-Rio
Arsenal abasteceria organizações criminosas que controlam o tráfico nos morros cariocas
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Justiça São Paulo
Policiais rodoviários apreenderam cinco pistolas 9 mm e 9,2 mil balas para fuzil e pistolas camufladas sob o painel de um automóvel, nesta quinta-feira, 23, na Rodovia Castelo Branco, em Avaré, no interior de São Paulo. O motorista informou que recebera a carga em Salto del Guairá, no Paraguai, e ganharia R$ 2 mil para fazer a entrega no Rio de Janeiro. A Polícia Federal acredita que o arsenal abasteceria organizações criminosas que controlam o tráfico nos morros cariocas.
Essa foi a quarta grande apreensão de armas e munições, neste ano, na rota Paraguai-Rio de Janeiro. No dia 29 de janeiro, um motorista foi preso com 3,4 mil munições para fuzil 762, quatro pistolas 9 mm e carregadores em uma rodovia vicinal de Regente Feijó, no oeste paulista. A vicinal é conhecida como rota de fuga dos postos de fiscalização da Rodovia Raposo Tavares.
Em 26 de janeiro, um motorista foi preso na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), com 6,5 mil balas de fuzil que seriam levadas para a zona sul do Rio.
Um dia antes, um casal foi detido com 15, 8 mil munições que seriam entregues em Irajá, zona norte do Rio.
Guerra entre facções
O controle da fronteira entre Brasil e Paraguai é disputado por facções criminosas como o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.
A disputa se acirrou depois do atentado que matou o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, em julho de 2016, emboscado por 130 pistoleiros contratados pelo PCC, na paraguaia Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Conhecido como "rei da fronteira", Rafaat era considerado um obstáculo aos negócios da facção.
Depois da morte de Rafaat, as organizações criminosas que recebem drogas e armas do exterior através do Paraguai travam uma guerra pelo controle da fronteira. Conforme registros da Polícia Nacional de Pedro Juan e da Polícia Civil de Ponta Porã, ao menos 32 pessoas, supostamente ligadas às facções, foram executadas nesse período na região.
Entre as vítimas dos assassinatos estão suspeitos de passar informações sobre carregamentos de drogas e armas para a polícia, para prejudicar grupos rivais.
Várias apreensões foram feitas com base em denúncias anônimas. O último assassinato com características de execução na fronteira aconteceu nesta quinta-feira, em Ponta Porã.
O detento Claudenilson Martinez, de 38 anos, que cumpria pena por tráfico, tinha sido beneficiado com a saída temporária do carnaval e foi morto a tiros de pistola 9 mm, após ser abordado em uma picape, pelos ocupantes de uma moto.
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