Padre que abusou de garoto com deficiência pega 15 anos de prisão
Fabiano Santos Gonzaga está preso desde junho do ano passado por abusar sexualmente de um jovem com 14 anos e idade mental entre 7 e 9
© Divulgação / Arquidiocese de Uberaba
Justiça GO
O padre Fabiano Santos Gonzaga, de 29 anos, foi condenado nesta segunda-feira (5) a 15 anos de prisão em regime fechado. Ele foi preso em flagrante em junho do ano passado por abusar sexualmente de um adolescente com deficiência, que tem 14 anos e idade mental entre 7 e 9 anos, em uma sauna de Caldas Novas, em Goiás.
Fabiano foi enquadrado no artigo 217 do Código Penal por "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos". O fato da vítima ser portadora de deficiência agravou a situação, pois não tem discernimento para a prática do ato sexual e não poderia oferecer resistência.
A mãe do adolescente, que não quis ser identificada, contou à Veja que o "filho começou a ter problemas na escola após esse abuso" e ela enfrentou problemas emocionais, que a impediram de andar por quase um ano. "Posso afirmar que estou aliviada”, completou.
Fabiano teria entrado na sauna e se sentando em um banco de frente para o menino, ao lado de uma cascata de água. Quando um outro homem que estava no local saiu, o sacerdote se sentou ao lado da vítima, puxou conversa e, em seguida, beijou-o na boca e segurou seu pênis. O adolescente ainda tentou fugir, mas Fabiano impediu. O padre teria bloqueado a porta, abaixado a sunga e dito que ele só sairia se fizesse sexo oral. O menino obedeceu.
A defesa de Fabiano tentou vários artifícios, como apresentar provas falsas. A advogada Lorena Paixão fez fotos da sauna após uma reforma e, assim, tentou descaracterizar o depoimento do menino. A juíza Valeska da Silva Baruki levou essa tese em consideração por semanas, até que a delegada que conduziu o inquérito, Sabrina Leles Miranda, conseguiu imagens da sauna feitas antes da reforma.
Já na fase final do processo, a advogada chegou a ser denunciada na OAB-GO por ter pego o processo no fórum, levado para casa e passado do prazo para devolvê-lo. Lorena chegou a dizer que o padre estava sendo “massacrado” pela juíza por ter pele a negra. “Se condenarem ele, estarão cometendo a maior injustiça do mundo”, disse a advogada antes da sentença ser proferida.
Fabiano jurou inocência, alegando que o transtorno mental da vítima fez com que ela inventasse toda a história. A juíza levou em conta divergências no depoimento do padre para a condenação.
O próximo passo é fazer com que o Fabiano perca a batina e todos os benefícios pagos pela igreja, como um salário mensal de R$ 1200. A Igreja Católica já decretou que o padre não exerça as suas funções sacerdotais, mas ele ainda faz parte do quadro eclesiástico da Paróquia de Frutal (MG).
Preso há cerca de um ano, o sacerdote celebrou várias missas informais na cadeia.
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