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Ex-PMs são condenados a 56 anos de prisão por estupro no Jacarezinho

Vítima mais jovem tinha 16 anos quando ocorreu o crime

Ex-PMs são condenados a 56 anos de prisão
 por estupro no Jacarezinho
Notícias ao Minuto Brasil

09:31 - 22/06/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça Rio de Janeiro

A Justiça condenou três ex Policiais Militares a 56 anos e três meses de prisão pelo estupro de três mulheres, sendo que a mais nova tinha 16 anos, na época. O crime aconteceu em agosto de 2014 na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo a juíza Ana Paula Monte Pena Figueiredo Barros, da Auditoria de Justiça Militar, "as vítimas foram coagidas a praticar atos sexuais por meio de grave ameaça exercida pelos policiais, que ostentavam armas de fogo", "impondo medo e temor às vítimas e retirando qualquer possibilidade de se defenderem".

Renato Ferreira Leite, Gabriel Machado Mantuano e Anderson Farias da Silva eram soldados da UPP Jacarezinho. Eles estavam de serviço no momento do crime e foram expulsos da corporação, de acordo com o Extra.

Segundo os advogados, os PMs foram vítimas de um complô do tráfico. Testemunhas dos réus contaram que o local era hostil, afirmaram que os agentes agiam corretamente e que as vítimas ofereciam serviços sexuais em troca de crack.

Na decisão, a magistrada refutou os argumentos: "tem-se aqui a comum prática da defesa, em casos de crimes sexuais, de tentar inverter os papéis, por meio da vitimização dos réus (combatentes policiais militares que estariam sendo denunciados em virtude de sua forte atuação no tráfico de drogas, fazendo com que estes sejam afastados de seus postos) e da condenação das vítimas (‘cracudas e prostitutas’), principalmente quando oriundas das camadas mais pobres da população, expostas às agruras do cotidiano, sendo culpadas pelo ato em virtude de seu comportamento ou por sua condição social".

A decisão de baseou no depoimento das vítimas, na confissão de um dos PMs, que disse ter ficado do lado de fora do barraco, e na denúncia de outro policial, que alega estar sendo ameaçado no batalhão por ser "traíra".

As vítimas contaram que foram ao local na noite do crime para buscar uma amiga usuária de crack, mas não conseguiram localizá-la e ficaram assistindo televisão no barraco de outra amiga. Foi quando os soldados se aproximaram, pediram que elas se despissem e fossem para um outro barraco, onde, segundo elas, aconteceu o estupro.

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