Corrupção e roubo envolvendo policiais e bombeiros disparam no RJ
Processos abertos nos primeiros quatro meses deste ano já superam todo o ano passado
© REUTERS / Pilar Olivares
Justiça Justiça
Só nos primeiros quatro meses deste ano, a Auditoria da Justiça Militar do Rio já abriu 149 processos contra policiais e bombeiros militares por crimes como corrupção, extorsão e roubo. O número alcançado em abril é igual ao registrado ao longo do ano passado inteiro.
Segundo o levantamento do TJ-RJ, os processos são relativos a corrupção ativa, corrupção passiva, extorsão, extorsão mediante sequestro, roubo e roubo qualificado, como divulgado pela "Folha de S. Paulo".
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A crise financeira que o Estado do Rio de Janeiro enfrenta seria uma das causadoras do caos. Policiais estão sem receber o 13º salário de 2016 e sem horas extras por trabalho fora do regime de serviço. Falta equipamentos como coletes, armas, munição e gasolina para os veículos. Em contrapartida, criminosos expandem os seus territórios de atuação, aumentou o roubo a cargas e foram registrados diversos casos de corrupção policial.
Parentes de militares contaram ao jornal que as más condições de trabalho têm feito com que policiais até então honestos recorram à corrupção. Segundo eles, em algumas UPPs da zona norte do Rio, policiais estão tendo de negociar com traficantes para sobreviver. Eles aceitam propina, pois não têm coletes, armamentos e carros.
No entanto, o ex-capitão do Bope, Paulo Storani, ouvido pela "Folha" explica que as más condições de trabalho são realidade há décadas e que o aumento recente se deve à maior apuração dos casos pelos órgãos responsáveis.