SP: adolescente é agredido pela polícia por ser 'vesgo'
Em imagens da câmera de segurança de um estabelecimento é possível ver uma policial agredindo fisicamente três menores
© Reprodução/TV Tem
Justiça Bullying
Um grupo formado por três adolescentes foi agredido por policiais militares durante uma abordagem em Cerquilho, no interior de São Paulo. Um dos jovens alegou que a policial que o agrediu e um outro agente o chamaram de vesgo.
“Falaram que era vesgo e que iam dar tapa até voltar o olho. Disse que ia endireitar meu olho no tapa. Fizeram bullying. Nos chamaram de ‘nóia’, de vagabundo. Só pararam com isso quando falaram para gente sumir. Mas daí eu disse que não tinha como sumir, pois eu trabalhava ali [mercado]”, contou o adolescente ao G1.
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Outro jovem de 16 anos afirmou que o grupo estava conversando em frente a um mercado quando foi abordado. "Eles pararam a viatura, pediram para que colocássemos a mão na cabeça. Achamos que seria uma abordagem normal, porém eles começam a nos agredir e nos xingar", disse ele.
Após as agressões, os jovens foram à Santa Casa para serem examinados e registraram um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (16). “É um constrangimento. Agora vamos tentar recorrer à Justiça, pois isso não é certo. Fomos esculachados sem ter motivo”, disse uma das vítimas.
As agressões foram registradas por uma câmera de segurança de um mercado. Nas imagens, é possível ver que uma policial agride a cabeça de um dos menores, chuta as costas de outro e chuta a perna do terceiro.
O tenente William Tonini avaliou as imagens e reconheceu que houve falha na abordagem. Segundo ele, um processo administrativo foi aberto para apurar o caso. "O que vimos foi uma falha na abordagem. O procedimento operacional padrão não ensina que a abordagem seja feita daquele jeito. Será apurado para ver a responsabilidade dos policiais. Caso no final da apuração seja verificado que agiram errado, serão punidos no procedimento disciplinar da Polícia Militar”, afirmou.
Ainda de acordo com o tenente, os PMs foram tirados do serviço de rua e farão apenas atividades administrativas durante as investigações.
O Conselho Tutelar de Cerquilho também está acompanhando o caso.