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Órgãos denunciam tortura contra jovens em unidade socioeducativa

A OAB, o Ministério Público do Piauí, a Defensoria Pública, o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura do Piauí, a Associação dos Advogados Criminalistas e o Conselho Estadual Psicologia apuram o caso

Órgãos denunciam tortura contra jovens em unidade socioeducativa
Notícias ao Minuto Brasil

15:25 - 23/08/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça Piauí

Uma denúncia de tortura contra adolescentes no Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina, está sendo apurada pela Ordem dos Advogados do Brasil (Piauí), pelo Ministério Público e outras entidades.

De acordo com a reportagem do G1, na última sexta-feira (18), devido a um princípio de motim na unidade, a tropa de choque da Polícia Militar precisou intervir e dois internos ficaram feridos. A  Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc) informou que o motim iniciou porque vistorias que estavam suspensas na unidade, devido à precariedade na segurança, foram retomadas na sexta-feira.

A Secretaria e a OAB relatam que a vistoria resultou na apreensão de cerca de 100 televisores, incluindo TVs de led, video-games, aparelhos de DVD e celulares. O material é proibido no local. Ainda segundo a Sasc, foram apreendidas barras de ferro serradas das grades da unidade.

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A presidente da Comissão de Direito Penitenciário (CDP) da OAB-PI, Lina Brandão, disse que na ação dois adolescentes tiveram ferimentos graves, como cortes na cabeça, e passaram por exame de corpo de delito. A Ordem divulgou imagens que mostram os jovens com ferimentos suturados.

A advogada afirmou que há 149 internos no CEM e a capacidade é para apenas 65 adolescentes. Segundo ela, o Ministério Público já possui três ações movidas contra o Governo do Estado e a Secretaria devido aos problemas do Centro.

“Nós fizemos uma nova vistoria ontem [nessa terça-feira, 22] e conversamos com os adolescentes, verificamos a situação. Fizemos ainda uma reunião e decidimos que vamos aguardar o andamento dessas três ações do Ministério Público. Quanto ao fato recente, vamos solicitar apuração da autoria desses maus-tratos aos adolescentes, se foram os PMs ou os educadores”, explicou.

A Sasc informou que está tentando mudar a realidade no Centro desde março, quando houve mudança na gestão da unidade. No entanto, as vistorias não estavam acontecendo por não haver condições próprias de segurança para os socioeducadores. A partir de agora, elas serão feitas periodicamente.

A Secretaria disse ainda que os adolescentes foram lesionados ao reagir à realização das vistorias, receberam atendimento médico e estão sendo acompanhados.

A OAB, o Ministério Público do Piauí, a Defensoria Pública, o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura do Piauí, a Associação dos Advogados Criminalistas e o Conselho Estadual Psicologia apuram o caso.

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