Polícia pode indiciar empresário, guia e condutor por morte de turista
A delegada Valéria Aragão analisou a hipótese de enquadrá-los como "agentes garantidores", configuração prevista no artigo 13 do Código Penal
© Ricardo Moraes/Reuters
Justiça Investigação
A morte da turista espanhola, baleada por um policial militar, na última segunda-feira (23), na Rocinha, Zona Sul do Rio, ganhou mais um capítulo nesta quarta (25). O motorista que conduzia o carro em que a vítima estava, Carlo Zanninnetta (foto), a guia Rosângela Cunha e um dos sócios da empresa Rio Carioca Tours, Gian Luca Fabris, podem ser indiciados pela polícia.
A delegada Valéria Aragão analisou a hipótese de enquadrá-los como "agentes garantidores", configuração prevista no artigo 13 do Código Penal. "Estou estudando muito para avaliar todas as possibilidades nesse caso. Uma delas é a de considerá-los agentes garantidores, já que o comportamento anterior de todos (guia, motorista e sócio) pode ter criado o risco para que o homicídio ocorresse e eles sabiam da situação na favela", justificou Valéria.
+ Chega a 110 número de policiais militares mortos no RJ
A omissão de informações sobre o serviço oferecido pela empresa também estão sendo investigados. A delegada afirmou que os envolvidos podem responder pelo crime previsto no artigo 66 de Defesa do Consumidor, com pena que varia de três meses a um ano de detenção, além de pagamento de multas.
"Esse comportamento não pode ficar impune no ponto de vista criminal. É preciso chamar a responsabilidade desses profissionais que trabalham com turismo e não estão informando aos turistas a realidade nas favelas da cidade, como ocorreu na segunda-feira", alertou a delegada.