Guia de turismo muda versão sobre morte de espanhola na Rocinha
Mulher foi atingida por tiro de fuzil durante passeio na comunidade carioca
© Ricardo Moraes / Reuters
Justiça Rio
A guia de turismo Rosângela Cunha voltou a prestar depoimento à Delegacia de Atendimento ao Turista no último domingo (29). De acordo com o jornal ODia, ela mudou a versão dada anteriormente sobre o passeio que levou à morte da turista Maria Esperanza Ruiz, 67 anos, baleada por tiro de fuzil no pescoço.
Em um primeiro relato à polícia, na semana passada, Rosângela afirmou que o guia local, Leonardo Leopoldino, tinha confirmado por telefone que o passeio na favela era viável. Leopoldino, porém, disse à polícia que lhe aconselhou o contrário. A delegada Valéria Aragão, titular da Deat, solicitou novo depoimento após encontrar contradições nos relatos.
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Agora, Rosângela afirma que a ligação estava ruim e que, por isso, entendeu mal a instução. "A guia disse que entendeu errado, pois a ligação estava ruim. Ela lembra somente que ele aconselhou que ela visitasse o Vidigal, mas como ela conhecia a Rocinha, quis levar os turistas para o local", conta a delegada.
Valéria confirmou que pretende indiciar a guia turística, os sócios da empresa de turismo e o motorista do carro no Artigo 66 do Código do Consumidor, por ocultar informação relevante sobre segurança do serviço. Eles seriam enquadrados também no crime do 132 do Código Penal, que é "expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente".
Os policiais envolvidos na morte de Maria Esperanza alegam que o motorista do grupo furou uma blitz e, por isso, atiraram. Eles tiveram a prisão decretada, mas foram soltos por decisão judicial.