Assalto em Paraty termina com tiro, pânico e adolescente morto
A PM fez um cerco nas principais saídas da cidade e conseguiu localizar os dois veículos e os demais criminosos
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Justiça Rio de Janeiro
Um assalto a uma loja das Casas Bahia no centro de Paraty, no sul do Estado do Rio, terminou em tiroteio e deixou um adolescente morto, um PM ferido e pelo menos um suspeito baleado. O civil não tinha relação com o crime.
O assalto ocorreu na manhã de segunda (27). Seis homens em dois carros roubaram smartphones, tablets e jogos de videogame avaliados em cerca de R$ 100 mil da loja.
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Segundo o delegado Pedro Paulo Pontes, subdiretor da área Sul Fluminense da Polícia Civil, o grupo faz parte de uma quadrilha especializada em roubos de carga e mercadorias em grandes lojas de varejo. Os seis homens seriam do Rio e chegaram a Paraty no domingo, onde se hospedaram em uma pousada no distrito de Cunha.
No dia seguinte, por volta das 10h, quatro homens renderam o gerente, o estoquista e alguns clientes de loja. Um carro roubado, um Toyota Corola, ficou estacionado em frente à loja com um motorista. Um segundo veículo, um Fiat Siena, ficou parado em uma rua paralela, também com um motorista.
Passantes perceberam a ação e acionaram a Polícia Militar. Os bandidos se refugiaram no segundo andar da loja e chegaram a disparar contra os policiais. Nesse momento, um dos homens conseguiu fugir com um saco de mercadorias e embarcou no Corola, que fugiu. Policiais optaram por não perseguir o carro porque três suspeitos permaneciam na loja.
Houve mais troca de tiros, levando pânico aos pedestres do centro da cidade. Os três homens, na impossibilidade de sair pela porta da frente da loja, teriam pulado a janela e fugido em direção ao carro estacionado na rua de trás. Um menor infrator que fazia parte do grupo se refugiou em um restaurante e foi preso em seguida.
Durante os disparos, um adolescente sem relação com o crime foi atingido no tórax. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital no final do dia. Um policial foi ferido de raspão sem gravidade e um terceiro criminoso foi atingido, mas conseguiu fugir. O suspeito ferido foi levado pelos comparsas a um hospital em Cunha. A polícia foi chamada e o suspeito foi preso.
A PM fez um cerco nas principais saídas da cidade e conseguiu localizar os dois veículos e os demais criminosos.
Paraty vive o aumento da violência. Esse caso, no entanto, não faz parte dos crimes comumente vistos na cidade, que sofre com a migração de traficantes de drogas do Rio e da Baixada Fluminense.
Os homens que assaltaram a loja já estariam sendo investigados por crimes semelhantes pela Delegacia de Roubos de Cargas da capital.
"Tudo que vemos na capital e na Baixada sobre a guerra de facções de tráfico de drogas e domínio de comunidades, Paraty e Angra dos Reis reproduzem fielmente. Esse assalto nas Casas Bahia, porém, é inédito na cidade", disse o delegado.
A escolha dos criminosos em assaltar em Paraty se revelou pobre, segundo o delegado. A cidade tem poucas saídas e há um plano de contingência entre as polícias militares do Rio e São Paulo -Paraty fica próxima a praias como Ubatuba- e pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).
"Em pouco tempo, conseguimos, por meio de um plano de contingência, fechar as três principais 'fronteiras' de Paraty, em Cunha, Angra dos Reis e Ubatuba. Isso faz de Paraty um local ruim para bandidos que queiram vir até a cidade para cometer crimes e depois ir embora", explicou o delegado. Com informações da Folhapress.