PM que matou cabo da FAB disse que tiro foi 'acidental'
Bruno Estrella de Souza Martins discutia com a namorada quando foi abordado pelo PM, que confundiu uma carteira com uma arma. O agente responderá em liberdade
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Justiça Centro do Rio
"Eu não tive culpa. A culpa não foi minha. A culpa foi minha?". Essas teriam sido as últimas palavras do cabo da Aeronáutica Bruno Estrella de Souza Martins, 25 anos, morto a tiros, na segunda-feira (27), na Central do Brasil. O autor dos disparos, o soldado Helton de Souza Félix, do Centro Presente, liberado depois de prestar depoimento, disse que o tiro foi "acidental" e tentava intervir numa briga da vítima com a namorada.
Segundo informações do Extra, Helton atirou contra Bruno pensando que a carteira que estava na mão direita dele fosse uma arma. O cabo estava discutindo com Caroline Chambarelli, 21, antes de entrar em um ônibus, quando foi abordado pelo policial, que afirmou, em depoimento, que a vítima teria desobedecido a ordem de descer do veículo. Depois do depoimento, ficou decidido que ele ainda será investigado, mas em liberdade, no entanto, o Centro Presente informou que, após o caso, o soldado foi afastado do programa.
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A versão do agente do Centro Presente é rebatida pela namorado de Bruno. Ela contou que o policial já entrou no coletivo com a arma apontada para o jovem. "Eu falei para ele não ir e ficar porque a gente estava conversando. Mas, como ele estava chateado comigo, ele virou as costas e subiu no ônibus. Quando ele subiu, eu tentei segurar ele para ele voltar para gente terminar nossa conversa, porque ele ia sair brigado comigo", disse.
Caroline ainda acrescentou que, quando eu subiu no ônibus, tropeçou na escada e Bruno passou por cima dela para poder conseguir se soltar. "Ele estava na frente e eu estava atrás. Foi quando chegou o policial já apontando a arma para ele, mandando ele descer. A única coisa que ele fez foi exaltar a voz e dizer: 'Eu não tive culpa. A culpa não foi minha. A culpa foi minha?', falou assim para o policial. Aí o policial atirou", relatou.
Passado agressivo
O cabo já havia sido preso por agredir a namorada, agredida com socos e pontapés. O cabo da Aeronáutica teve a liberdade provisória concedida pela Justiça dias depois do crime. A juíza Yedda Christina Ching San Filizzola Assunção, na decisão de soltura, determinou que Bruno "se abstenha de manter contato com a vítima". A namorada declarou que, no momento em que o jovem foi morto, o casal só estava discutindo.