Quadrilha usa perfume para disfarçar furto de diesel da Petrobras
Um casal foi preso, mas as investigações apontam para a existência de mais suspeitos
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Justiça Tática
A Polícia Civil desmantelou um esquema sofisticado de furto de diesel em oleodutos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, em Santo André (Grande São Paulo). Um casal foi preso, mas as investigações apontam para a existência de mais suspeitos.
O crime foi descoberto neste domingo (10), quando a subsidiária da Petrobras acionou a polícia após constatar uma intervenção clandestina em sua rede de dutos. De acordo com a polícia, o furto ocorria a partir de uma casa, localizada na Vila Palmares.
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Para atingir o duto enterrado no solo, o criminosos ergueram um poço de aproximadamente três metros de profundidade e depois um túnel de 40 metros de extensão, que ligava o duto da Transpetro até a casa usada por eles para executar o furto.
Uma válvula implantada diretamente no duto interligava uma mangueira até um tanque, com capacidade para 20 mil litros dentro de um caminhão-baú. Para disfarçar o cheiro provocado pela grande quantidade de combustível, os suspeitos usavam até perfume, segundo a polícia.
No endereço da quadrilha, a polícia prendeu Jussara Aparecida Ricardo Reis, 38, e Isaque Almeida Santos, 30, que foram apontados como os responsáveis por gerenciar a extração do produto.
As retiradas de óleo eram diárias. De acordo com as investigações, a quadrilha pode ter furtado o produto por ao menos dois meses, mesmo período em que os moradores da região perceberam uma movimentação estranha na casa dos criminosos.
Neste domingo, a carga apreendida pela polícia foi de óleo diesel S10, mas o duto da Transpetro transportava outros derivados de petróleo.
As operações diretas no duto, segundo a Transpetro e a própria polícia, podem causar explosões. Esse risco ganhou ainda mais atenção das autoridades porque a 11 km dali está localizada a Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, que é responsável pela produção de 30% de todo o combustível comercializado na Grande São Paulo.
A Transpetro informou, por meio de nota, que não houve vazamento e não há risco de explosão. Equipes da companhia foram mobilizadas para realizar o reparo no duto. "As autoridades competentes foram comunicadas e a Transpetro colabora com as investigações", disse a empresa.
De acordo com o delegado Jan Plzak, titular da 3ª delegacia do Patrimônio, as investigações buscam agora localizar os demais suspeitos, quem receptava o combustível furtado e o técnico responsável pela perfuração. "É uma técnica feita por quem entende disso. Precisa ter equipamentos e conhecimentos para realizá-la", afirmou o delegado.
O casal detido responderá na Justiça pelos crimes de furto continuado e associação criminosa. A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos até as 12h. Com informações da Folhapress.