Mulher de chefe da FDN nega ordenar chacina e diz queria 'evangelizar'
Luciane Albuquerque de Lima diz que não sabia que seu marido estava envolvido em qualquer atividade criminosa
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Justiça Compaj
A mulher do chefe da facção FDN (Família do Norte), Luciane Albuquerque de Lima, nega ter ordenado a chacina que culminou na morte de 56 presos do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), no primeiro dia de 2017. Ela ainda diz que não sabia que seu marido, José Roberto Fernandes Barbosa, estava envolvido em qualquer atividade criminosa.
"Esse homem, que a mídia e as autoridades apontam como autor desses crimes, nunca existiu para mim até o momento em que ele foi preso. Nunca soube nem me envolvi em qualquer crime", afirma.
De acordo com o UOL, Luciane diz que entrou no Compaj uma única vez, no dia 11 de novembro de 2016, para "evangelizar". Ela estava acompanhada de um grupo de missionários.
"Minha defesa pediu que a direção do presídio entregue à Justiça as gravações da câmera de segurança que mostrarão que estou falando a verdade. Em nenhum momento fiquei sozinha com qualquer preso no único dia em que estive lá. Participei da evangelização. Nunca recebi qualquer carta com essa ordem", afirma.
Um pedido de prisão preventiva de Luciane, feito pelo MPE (Ministério Público Estadual), está sendo analisado pela Justiça do Amazonas.
"O fundamento do pedido é cortar a ligação entre o comando externo e os internos da FDN. Segundo a apuração da Policia Civil, ela é uma ligação fundamental", afirma o promotor Edinaldo Medeiros.
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