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Nos EUA, carioca envia 1,2 mil fuzis e munições para traficantes no Rio

Foram feitas pelo menos 75 remessas entre 2014 e 2017

Nos EUA, carioca envia 1,2 mil fuzis e munições para traficantes no Rio
Notícias ao Minuto Brasil

13:33 - 06/03/18 por Notícias Ao Minuto

Justiça Contrabando

Cerca de 1,2 mil fuzis e pelo menos 300 mil munições foram enviados dos Estados Unidos para os traficantes cariocas, segundo o Ministério Público Federal (MPF). O esquema era organizado por Frederik Barbieri, conhecido como Fred, preso no mês passado nos Estados Unidos.

Conforme apurado pela TV Globo com informações da polícia, foram feitas pelo menos 75 remessas entre 2014 e 2017. O carioca Fred morava em St. Lucie, na Flórida, de onde traficava armamento para o seu estado de origem.

A reportagem explica que as armas eram escondidas dentro de aquecedores, sendo que a quantidade máxima enviada por remessa era de até quatro aquecedores.

"Cada um vinha com 7 ou 8 fuzis, porque assim mantinha o peso em torno de 250 quilos e não chamava atenção. A apreensão de 60 fuzis em oito aquecedores no aeroporto Galeão no ano passado aconteceu porque nessa época ele [Barbieri] tinha enviado duas remessas para o Brasil", explicou o delegado Maurício Mendonça, que coordenou a investigação que desarticulou a quadrilha.

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O traficante tinha residência na Flórida, mas constantemente viajava de Miami para o Rio. No estado americano, ele embarcava computadores e videogames e ajudava na distribuição da carga no Edifício Central, no Rio de Janeiro.

Em 2011, Fred começou a se aproximar do mercado do tráfico de armas. "Até que um dia, estávamos na sala da casa dele conversando. Ele apareceu com um AK-47 nas mãos e me cantou, meio que brincando: 'Vamos mandar isso pro Brasil?'", contou à emissora um empresário do ramo de importação e exportação que não foi identificado.

Green card

O criminoso registrou residência nos Estados Unidos no dia 20 de dezembro de 2000. Parte da família dele já havia se mudado em busca de melhores condições de vida em Miami. "Ele começou aqui limpando piscinas", contou um amigo que vive na Flórida.

Com a ajuda de um brasileiro, Frederik, aos 34 anos, se casou com uma cubana radicada nos Estados Unidos, Margarita Pena Rios, de 48. Assim, ele obteve a cidadania, ele terminou o casamento.

Em 2006, ele abriu a empresa ZPA Importações e Exportações no Rio de Janeiro. No ano seguinte, montou a sua primeira empresa nos Estados Unidos, a FKBar (em alusão ao seu nome) Limited Liability Company.

A maior parte das operações passava pelo principal porto da Flórida, de Everglades, em Fort Lauderdale. Fred fazia muitos negócios com outras empresas brasileiras, inclusive a de um grande amigo, dono de uma mercearia. "Até que o Fred se apaixonou pela Ana Cláudia, que era a mulher desse comerciante brasileiro. Ela largou ele pra ficar com o Fred, e a amizade acabou", relembra um amigo em comum.

Ana Cláudia se tornou sócia de uma das empresas e foi apontada como cúmplice de Barbieri.

Em delação, uma das principais testemunhas contou que Ana Cláudia ajudava Frederik a montar aquecedores de piscina com fuzis e munições.

A mulher de Fred tem prisão decretada no Brasil e é considerada foragida. Ela vive com a filha do casal, de 7 anos, na casa em Fort Pierce, na Flórida, onde Frederik foi preso no último dia 23 de fevereiro.

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