Rocinha registra 12 mortes em apenas oito dias: 'Já chega', diz morador
A última vítima foi um pai, que morreu segurando o filho de 10 meses no colo dentro de casa
© Reuters / Ricardo Moraes
Justiça Violência
São 12 mortes em apenas oito dias. A violência na Rocinha, Zona Sul do Rio, parece não ter mais fim. Registros de troca de tiros acontecem tanto pela manhã quanto pela noite. As vítimas, por vezes, estão dentro de casa e são atingidas. É o caso de Davidson Farias de Sousa, morto nessa quinta-feira (29), enquanto segurava o filho de 10 meses no colo.
"Ontem à noite estava na rua e vi todo mundo tenso, receoso, triste mesmo com o que está acontecendo. A minha comadre mora em baixo da casa do rapaz que faleceu ontem. Logo depois (da morte) paramos para conversar e ela estava arrasada, chorando muito. A gente mora aqui, vê essas coisas acontecendo com nossos vizinhos e pensa que poderia ser com a gente. São pessoas que a gente conhece, que a gente gosta, morrendo a troco de nada", desabafou, ao Extra, uma moradora.
Vítimas na Rocinha
No dia 21 de março, um confronto entre policiais e traficantes matou o soldado Filipe Santos de Mesquita, 28 anos. Ele foi atingido por quatro tiros. No mesmo momento, o idoso Antônio Ferreira da Silva, 70, também foi alvo dos tiros e morreu. Apenas dois dias depois, oito pessoas foram assassinadas na comunidade. As vítimas, de acordo com a PM, tinham ligação com o tráfico.
A violência voltou no dia 26 de março, quando outra pessoa, não identificada, morreu durante uma operação policial. A corporação afirma que era traficante da Rocinha. O último caso aconteceu nessa quinta. Davidson estava com o filho no colo no momento em que foi baleado.