Escutas telefônicas têm milicianos falando sobre operação em festa
A ação policial gerou polêmica e foi questionada pela Defensoria Pública, que alega a falta de provas contra todos os que foram presos
© Divulgação/Polícia Civil
Justiça milícia do Rio
Ocorrida no início do mês, uma grande operação policial no Rio de Janeiro prendeu 159 homens em uma festa. Eles fariam parte de um grupo miliciano e o principal alvo da Polícia Civil era Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, o chefe da maior milícia do estado carioca. As famílias, no entanto, ficaram revoltadas com a demora da Justiça, em separar de fato, quem era suspeito dos que foram presos sem motivo.
De acordo com as investigações, vários chefes da organização criminosa estavam reunidos pra comemorar uma aliança com outro grupo que domina regiões da Baixada Fluminense. A ação policial, porém, foi questionada pela Defensoria Pública, que alega a falta de provas contra todos os que foram presos.
Dos detidos no evento do dia 7 de abril, 138 tiveram a prisão revogada por falta de provas, dez ainda esperam autorização para deixar o complexo penitenciário de Bangu. Outros 21 seguirão presos, pois segundo a polícia, eles estão envolvidos com quadrilhas de milicianos.
Divulgado neste domingo (29), o Fantástico mostrou que a operação policial foi o assunto de uma conversa entre dois milicianos. Nas escutas telefônicas obtidas com exclusividade pelo jornal, eles falam sobre o comportamento do chefe, Ecko, que assumiu o comando no ano passado: "Eu acho que o 01 lá tá com raiva, porque mataram o irmão dele. (...) O irmão dele era inteligente. Era político. Ele não é inteligente. (...) Então vambora, ele tá com ódio. Não pegaram ele. Deu sorte".
O grupo chefiado por Ecko domina diversos bairros da zona Oeste do Rio, e controla a venda de botijões de gás, serviços de TV a cabo, transporte alternativo e exige pagamento dos moradores em troca do que chamam "proteção". Wellington da Silva Braga segue foragido.
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